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1406- Dominação, Bioética e passageiro do ônibus de Clapham (Parte 7)

A Bioética da Beira do leito enfatiza que a medicina como um produto da sociedade, jamais dela independente, relaciona-se a altíssima dinâmica entre saúde e doença que se faz indissociável de outras dinâmicas referidas à política, ao social, ao econômico. 

O ecossistema da beira do leito deve ser entendido um a um de acordo com a composição local de seus bióticos e abióticos contemporâneos e, inclusive, pela presença ou não de abióticos com viés biótico (robô, inteligência artificial e aprendizado de máquina). Qualquer que seja a constituição do ecossistema da beira do leito em questão, é imperiosa que a aplicação de uma medicina aceitável tenha  o compromisso inclusivo da Portaria 1820 do Ministério da Saúde  https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2009/prt1820_13_08_2009.html,  que dispõe sobre aspectos integrativos de bióticos e abióticos na área da saúde no Brasil

O exercício da medicina assistencial no âmbito da conexão médico-paciente inclui sequências de tomadas de decisão sustentadas na prática por processos de comunicação ética/legal que admitem mais de uma pessoa capacitada (Quem decide com autoridade moral e legal?) colaborando para única decisão (O decidido a ser aplicado com zelo). Este afunilamento costuma admitir situações como quanto mais opções mais dificuldade na seleção, indecisões por incertezas, influência da prévia escolha sobre a seguinte, momentos em que a decisão é não tomar nenhuma decisão.

Passo a passos decisórios, caso a caso, subentendem fios condutores clínicos e tecnocientíficos que organizam sequentes (re)apreciações de dados e fatos envolvidos e balizamentos de ética/moral/legal. Os decorrentes conjuntos de pensar/sentir/atuar incluem um termo que ultimamente adquiriu forte interesse da Bioética clínica: dominação.

A beira do leito é local de contextos de dominação desde quando médico e paciente adquiriram expressão social para mereceram se tornar verbetes em dicionário. Dominação associa-se a poder. Historicamente, foi a partir do século XX que movimentos na área da saúde passaram a exercer efeitos sobre o que(m) domina o que(m, especialmente quando a doença começou a perder espaço para a tecnociência e com destaque para um acaso, a descoberta que um ser vivo é capaz de anular outro ser vivo para benefício de um terceiro ser vivo, nomeadamente, a penicilina.

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