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1368- Cérebro-cérebro no ecossistema da beira do leito (Parte 4)

A Bioética da Beira do leito entende que o exercício profissional atual na beira do leito deve ser visto, cada vez mais, como uma colaboração coletiva entre cérebros com diversidades cognitivas e influências tecnológicas, vale dizer, em resumo, a presença de uma inteligência híbrida respeitosa da integração entre beneficência, não maleficência e autonomia em suas amplas concepções.

De fato, o ecossistema da beira do leito  admite conexões cerebrais em que a tecnologia digital participa na integração de ciência e de pessoas. Um exemplo é uma rede social formada para uma comunicação cérebro-cérebro restrita entre interessados e específica sobre um paciente internado. Outro exemplo, é a comunicação cérebro-cérebro com grande amplitude de alcance, desenvolvimento de alta escala de interfaces cerebrais e enorme influência nos níveis de informação e de deliberações dos receptores, como nas transferências de conhecimentos tecnocientíficos via eletrônica por diretrizes clínicas/medicina baseada em evidência.

Neste último aspecto, a Bioética da Beira do leito entende que a valorizada transferência de informações que tem como emissores um grupo selecionado de cérebros que passa a espelhar/organizar uma documentação formada por milhares de outros cérebros tornados referências e assim apoiar vastas redes de pensamento coletivo diagnóstico, terapêutico e preventivo em medicina, objetivando consensos possíveis e otimizações de tomadas de decisão convive com certos desafios éticos.

Um deles refere-se à dependência desta inteligência agregada  com que o exercício profissional na beira do leito ocorre, atualmente, na circunstância, por exemplo, em que atuações profissionais com foco bitolado na padronização coletiva e pouca imersão nos conteúdos originais resultam em arestas com as vivências individuais. Deve-se ter em mente a diversidade de matéria-prima científica existente, bem como a aceleração com que, ultimamente, se fazem acréscimos, remoções e ajustes de informações nos circuitos entre cérebros emissores e cérebros receptores, em meio às responsabilidades coma a saúde humana.

Observa-se, atualmente, amplo uso de transmissões entre cérebros emissores, cérebros receptores e computadores provocando desafios éticos e morais. Significa que a incorporação tecnológica torna a atuação profissional necessariamente complexa pois a beira do leito passou a ser habitada por uma mente coletiva, funciona por meio de pensamentos cooperativos onde a tecnologia tem alto impacto multidirecional.

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