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1194- Bioética e o alerta: Estamos perdendo a habitabilidade humana na Terra (Parte 2)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

As intensas atividades inovadoras do Homo sapiens visando ao progresso do ser humano e que  provocam a deterioração da natureza causaram neste início do século XXI o maior nível de temperatura da Terra vivenciado pela espécie desde que existe entre 2000 e 3000 séculos e, muito importante, num processo de aceleração que se imagina impedir qualquer evolução natural do Homo sapiens para contornar uma cogitável falência  de múltiplos órgãos do corpo humano  por fatores associados ao clima.

Multiplicação de vetores de doenças infecciosas, aumento da incidência de doenças transmitidas pela água e por alimentos, elevação dos acometimentos respiratórios, bem como o comprometimento da integração orgânica já se revelam realidades. Acresce que o aquecimento global – efeito estufa, níveis de dióxido de carbono e metano- afetaria de modo intolerável outras espécies animais e vegetais vitais para a sobrevivência do ser humano, ou seja comprometeria as fontes de consumo.

Vem a pergunta: E a Bioética, este fórum comprometido com abrangência e profundidade sobre alternativas e consequências, o quanto ela poderá contribuir para:

a) a conscientização do problemão, haja vista a baixa taxa de preocupação que atualmente existe na população em geral;

b) a reaquisição do pertencimento “saudável” à natureza, uma recuperação da fidelidade ao futuro das próximas gerações;

c) a inversão de tendências necrofílicas à humanidade;

d) estimular vontades individuais e coletivas de atuar com possibilidades reais sobre as consequências da infidelidade humana ao habitat natureza;

e) um mais adequado trânsito entre os desafios da dualidade convergências/divergências de pensamentos e atuações, entre fatores causadores de liberdade teórica e não-liberdade prática onde incidem conflitos de interesse;

f) afastar “castelos no ar”, já que não se vive sem sonhar, sem exercer a imaginação criativa, todavia não é possível cravar apostas na realização dos sonhos, ou tão somente acomodar-se numa fé de concretização.

g) tomadas de decisão por atos concretos frutos de planejamentos pelo ser humano bem sustentados por evidências, por interseções entre disciplinas de diversas ciências destinados ao ser humano;

h) a reversão de contradições entre ser livre em seus pensamentos e uso da inteligência (liberdade de expressão, liberdade de escolha) para  forjar – com responsabilidade, ou seja Estou ciente de ter feito isso– mais cultura que preencha as incompletudes e insuficiências humanas e acrescente satisfações e  ser um prisioneiro da natureza porque não pode deixar de ser parte dela. Ainda mais, em meio a distintas visões de referência sobre o que é avançar e o que é regredir no âmbito da ecologia.

Entendo que a Bioética não pode estar fora das discussões sobre a tríade ética, ecologia e globalização e de implementações de projetos que intencionam reverter a regressão planetária. É missão de caráter transdisciplinar, alinhada a uma Bioética Global (como intuído por Van Renssalaer Potter, 1911-2001) que conjuga fatos e valores, enfatiza a crítica sobre as ambíguas inter-relações entre  natureza e cultura (tecnociência) e deixa atual a posição de Potter sobre uma sempre evolutiva “reforma” humana de si mesmo, que o próprio ser humano considere necessária e irreversível.

Em suma, a Bioética tem capacidade para cooperar com cientistas do clima, líderes de organizações e governos sobre as vertentes de apreciação  do alerta: Estamos perdendo a habitabilidade na Terra! Precisamos dar visibilidade à representatividade ética biofílica e moral da Bioética!

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