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1178- Intenções na beira do leito e Bioética (Parte 1)

Intenções são conhecidas por meio da comunicação verbal e não verbal. Habilidades inatas e adquiridas facilitam percebê-las das atuações do outro, havendo forte influência do modo como nós representamos nossas próprias intenções.

Bioamigo, a beira do leito convive com a intenção profissional (Indicar um método) e a não intenção ética (É vedado ao médico) sempre atenta ao impacto clínico (beneficente/maleficente). Na interação entre a intenção pelo efeito do método e o impacto do resultado obtido, desenvolvem-se infinitas combinações de desafios, dilemas e conflitos, que movimentam o interesse da Bioética da Beira do leito.

Intenção – como expressão daquilo que se espera e do que se pretende fazer- não é um termo utilizado habitualmente na beira do leito. Não compõe o jargão, a linguagem técnica específica que verbaliza o modo de pensar dos profissionais da saúde de modo geral. Como se sabe, as expressões do jargão são utilizadas primeiramente entre os profissionais tanto de modo mais puro numa especialidade, quanto de modo híbrido (técnico+leigo) na medicina e seus significados implícitos, subsequentemente, transbordam para os pacientes.

Comumente, o híbrido tem a vantagem de se aproximar mais das palavras do cotidiano da população, porém carrega o potencial de equívocos na interpretação pela influência do acostumado pelo paciente. A motivação para compreensão técnica é facilitada pela aplicação de analogias e ilustrações. Um exemplo: a palavra teoria no meio científico contém a ideia de uma fundamentação científica bem trabalhada, enquanto que no cotidiano admite a conotação de ausência de embasamento, uma ideia solta ainda à procura de um porto seguro, talvez inalcançável.

A Bioética da Beira do leito entende que é útil para a qualidade da conexão médico-paciente um nível mais consciente do fato que ocorre uma intenção. Não é termo que se costuma escrever no prontuário do paciente. O valor da conscientização que há intenções ativando providências fica nítido quando nos lembramos da definição da Ética da Responsabilidade: Responder não somente por nossas intenções ou nossos princípios, mas também pelas consequências de nossos atos, tanto quanto possamos prever.

De fato, são intenções que influenciam na beira do leito os desejáveis equilíbrios entre objetivos clínicos, planejamentos de condutas, crenças em métodos e comprometimentos com a ética, a moral e o legal. Constituem desígnios que despertam a Bioética de Todos Nós, provocam mobilizações da responsabilidade, especialmente porque os sujeitos envolvidos na atenção à Saúde se por um lado têm o direito de exercer a autonomia da vontade, ao mesmo tempo, necessitam submeterem-se a imposições de obediência a regras, protocolos e valores. No campo da moralidade dos comportamentos, liberdade teórica e liberdade prática admitem contraposições expressivas na beira do leito. Um estímulo para Alô Bioética!

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