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1070- A Bioética adquiriu o direito de existir (Parte 1)

A Bioética adquiriu o direito de existir. Chegou, se comprometeu, tornou-se compreensível, aglutinou. Para quem ela conquistou, a Bioética a todos ajuda e a ninguém prejudica, razão para ser sentida como captura irreversível. Uma vez adotada, é praticamente impossível desincorporar.

Inexiste ex-adepto da Bioética. Ela é uma escola do bem que se preocupa em evitar males de modo que docentes e discípulos irmanam-se pretendendo resolução e prevenção de tensões e conflitos do cotidiano em áreas do saber e cenários da vida.

A Bioética representa um chamado das humanidades. Constitui instrumento de preservação de atos humanos de solidariedade que pareceram definhar em muitos cenários degradantes do século XX associados ao uso anti-humano da ciência.

De fato, o encontro e a incorporação da Bioética faz perceber quase que instantaneamente que ela se torna uma espécie de alter ego que faz nossas vezes com absoluta confiança. Ela expressa um outro eu com presença marcante e vigor representativo, excitante mesmo. É introjeção que admite justeza ao pensamento de Anna Freud (1895-1982): Eu procuro sempre olhar para fora de mim para obter força e confiança, mas eles vem de dentro de mim, estão lá a todo momento. Sim, a Bioética funciona simultaneamente como espelho e como janela.

O termo Bioética já cumpriu o prazo da consideração como um neologismo. É palavra forte, o entrelaçamento léxico de seus dois componentes sintáxicos adquiriu uma semântica muito peculiar. A adoção do termo mostrou em pouco tempo a necessidade da sua nomeação, indicando ter sido inspirado na vivência pensante a respeito de fatos relevantes da humanidade.

Num prazo relativamente curto, Bioética tornou-se palavra veemente que longe de se prestar para qualificar um certo status intelectual algum degrau acima da média de lastro fanático dá valor pela essência legítima pois forjada com indispensáveis significados de uma visão de mundo em diversos setores da vida humana e também de outros partícipes dos ecossistemas. Integrativa e global são adjetivos que bem se encaixam.

O século XX marca a Bioética como uma concepção que amadureceu camada a camada de incômodos sentidos por pessoas com a sensibilidade própria dos idealistas. A certidão de nascimento da Bioética data de 1927 declarada pelo teólogo Paul Max Fritz Jahr (1895-1953) – usou o termo integrativa- e o renascimento deu-se na década de 70 com o bioquímico Van Rensselaer Potter (1911-2001)- usou o termo global. Há uma travessia e um legado em prol da ciência humanizada, nenhuma intenção de desenvolver uma nova linguagem, os objetivos tem sido sempre de ajustes. Nunca houve pretensões radicias análogas a de Policarpo Quaresma, o personagem emblemático de Afonso Henrique de Lima Barreto (1881-1922) que pretendia estabelecer o tupi-guarani como idioma nacional, embora como instrumento de valorização da cultura.

Desde então, cerca de um século pós-Jahr e cerca de meio século pós-Potter, um de seus agentes mais representativos JahrPotteré um Comitê de Bioética pretendendo cooperar para a excelência profissional e o compromisso com a humanização na beira do leito.

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