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1013- Pit-stop na beira do leito (Parte 3)

Pano de fundo do encontro médico-paciente é a concepção sobre a suficiência biológica do estado atual da relação saúde-doença-bem-estar que o paciente apresenta e que pode ser classificada como estável e merecer- ou não- uma visão de expansão de prevenção, além da manutenção.

Assim, não seria suficiente a constatação do sucesso terapêutico sustentado pelo bem-estar e pela ausência de sinais ao exame físico, a revisão da consulta constituiria oportunidade para uma atualização de exames complementares relacionados aos diagnósticos preexistentes e, o mais discutível, para uma triagem preventiva sobre diagnósticos possíveis de estarem ainda ocultos, em função da idade do paciente. Uma fonte de conflitos sobre o papel da medicina em tempos de imagens poderosas.

Desta maneira, o conceito de saúde pode passar por simultâneas interpretações. Por um lado, há um equilíbrio entre atendimento a oportunidades da vida pessoal e profissional  e o tratamento aplicado, ou seja, o paciente apresenta boa capacidade de ajustes físicos e emocionais, bem como independência, apesar das doenças sabidas.

Por outro lado, há por parte do médico a preocupação bioestatística onde saúde significaria ausência de doença, razão para recomendar uma busca ativa por possibilidades relacionadas à faixa etária. Em outras palavras, embora sem sintomas, um ideal de preservação do bem-estar por antecipação a situações mais complexas.

Conceitos contém o potencial de variações, o domínio experiente do tema gera novas formas de aplicação. Assim, o princípio da beneficência sustenta-se pelo caráter de utilidade e eficácia e está alinhado mais frequentemente com a definição diagnóstica e/ou a conduta terapêutica a partir de um sintoma ou sinal.

A Bioética da Beira do leito entende, contudo, que há validade na expansão do conceito de beneficência para a prevenção do tipo checkup, ou seja, como triagem de assintomático ou destituído de alguma evidência objetiva.

As campanhas coloridas mensais sobre prevenção oncológica, por exemplo, justificam-se pelo potencial de benefício da antecipação de identificação do estágio evolutivo.

A necessidade de aplicação de algum método para este objetivo antecipatório não pode estar isento de um potencial maleficente. Na maioria dos casos, todavia, a classificação sobre risco de danos é mínima, confere validade à intenção de beneficiar o prognóstico caso haja, de fato, um oculto ainda incipiente.

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