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864- Vir(ati)tudes – Parte 7

OctetoIndiceSponville

 

 

 

 

 

 

 

Além da objetivação necessária para o diagnóstico, tratamento e prevenção das doenças, a subjetivação impõe-se na beira do leito pelas vulnerabilidades individuais do paciente e que deve motivar uma relação de poder produtiva e não de proibições, coerções e punições.

Assim, a competência (conhecimentos+habilidades+atitudes) dos profissionais da saúde requer a disposição adquirida de fazer o bem, o que define a virtude num contexto de moral aplicada, integrante da consciência moral que o profissional da saúde carrega para toda parte como vigilante das boas práticas. Virtude, é pois, um ativo da beira do leito.

As virtudes fazem parte da bagagem ética informal pré-profissional e a aplicação é lapidada no ambiente de trabalho em feedback com a vivência, uma extensão necessitada de flexibilidades, crítica e muita personalidade frente a cantos de sereia.

O médico deve se sentir sempre em pós-graduação de virtuoso porque a medicina não deixa de progredir e assim suscita potencialidades de bens e males que deve considerar na hora da prescrição. Prescrever ou não prescrever, eis a questão! Nada mais simples pela disponibilidade e nada mais complexo pelas dobras da capacidade de praticar virtudes na composição da própria consciência moral como norte do caminho das boas práticas.

O entendimento sobre cada virtude não dá ao profissional da saúde total alcance da validade, é pelos efeitos das aplicações que a relação médico-paciente torna-se virtuosa. Por isso, é que se diz que a virtude, como a justiça, não faz o virtuoso, é o virtuoso, como o justo, que faz a virtude. Nem todas as virtudes são necessárias em todas as ocasiões, mas sempre serão vantajosas.

A Bioética da Beira do leito entende que virtudes fundamentais como a prudência, a tolerância, a coragem e a justiça são úteis na beira do leito para orientar a tomada de decisão nas duas etapas de distender o arco e de soltar a flecha. Por isso, virtudes alinham-se aos princípios da Bioética. A equidade  está de mãos dadas com a justiça distributiva, a prudência e a coragem articulam-se com os princípios da beneficência e da não maleficência e a tolerância une-se ao princípio da autonomia, especialmente em situações de não consentimento à recomendação pelo paciente.

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