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06-Ouça o coração

A Natureza é sábia. O corpo fala. Ouça o seu coração. São expressões habituais. Nasceram do viver. Não cabe discordar.

Cardiologista por algumas décadas, eu aprendi muito sobre o coração. Ele também me ensinou muito. Não apenas como cuidar dele. Destaco os ensinamentos sobre a vida.

Além de auscultá-lo, ruídos como devem ser entendidos, também apreciei a “voz” harmônica do seu racional. É notável como o coração se defende com o pericárdio, se organiza com as valvas e se merece com o miocárdio. Há um padrão de realização. Darwin explica.

Todo batimento cardíaco tem sístole e diástole. O recado é claro: Tum! Trabalhe, Tac! Relaxe, Tum! Trabalhe, Tac! Relaxe. Alerta para o workaholic, o trabalhador compulsivo. Energias precisam ser refeitas, mentes admitem pausas trabalhistas, olhos se beneficiam do colírio de novas paisagens.

A serenidade do coração, a sua atuação sem ser percebida, o seu equilíbrio venoso-arterial não significa ausência de vitalidade. Muito pelo contrário. Há movimentos fortes e eficientes fundamentados em três elementos essenciais: excitação, tensão e pressão. Mesmo na diástole o coração está ocupando-se, preparo para a ação seguinte.

A lição é cristalina: precisamos viver com doses de excitação, tensão e pressão em nossas mentes para almejar a plenitude dos desejos. Um estímulo, uma reação, uma aplicação.

Para o bom funcionamento do organismo como um todo, o coração se vale de potencialidades de nascença e realiza adaptações fisiológicas ou fisiopatológicas. Susto? Febre? Exercício? O coração entra em taquicardia. Em outras situações perturbadoras da homeostase, o coração faz cumprir a lei de Starling ou remodela-se. Excitação, tensão, pressão. Uma tríade de capacitação para resolver necessidades. Precisamos dela para  qualificar o ajuste à vida.

Assim como o coração, temos problemas a resolver “a cada batimento”, tanto por fator interno como por acontecimento externo. Extra-sístoles de dilemas, paroxismos de conflitos  e isquemias de recursos  requerem ajustes.

Não precisamos de mais do que poucos segundos, certamente, para recolher da memória um bom número de “variações de batimentos” que já realizamos para enfrentar situações, e o quanto houve de excitação, tensão e pressão, sem as quais resoluções não teriam acontecido.

Doses de excitação, tensão e pressão são, pois, instrumentos de sucesso da antecipação, do planejamento e da organização. Elas representam disponibilidades propulsoras de realizações. Cada personalidade lida com proporções das mesmas para o alcance das perspectivas.

As doses devem ser convenientes. Idealmente, deve-se  evitar excessos, tanto de bradicardia, quanto de taquicardia.

Há a hora da atividade e a hora do repouso, em órbitas da excitação, tensão epressão. Mas não do sedentarismo físico e mental, que como se sabe, é fator de risco de cardiopatia.

Observações do fundo do coração!

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