A substituição da imprecisão biológica pela precisão dos números está no âmago do uso de limites matemáticos para qualificar exames físicos e complementares dos pacientes. É uma linguagem de verdade – normal, anormal-, maneira convencionada de lidar com eventuais objeções e sujeições a erros de método. Evidencia como a vagueza contida no paradoxo de sorites exige iniciativas de determinação para aplicação prática e que elas devem ser periodicamente reanalisadas. Recorde-se que há cerca de 40 anos, o diagnóstico de diabetes era sustentado por glicemia de jejum a partir de 140 mg/dL, cerca de 40% a mais dos 100 mg/dL atuais, ou seja, uma variação expressiva da questão: que quantidade de glicose no sangue em jejum passa a significar hiperglicemia?
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