PUBLICAÇÕES DESDE 2014

61-Aprimorando a representividade do responsável pelo paciente incapaz

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Paciente  incapaz em situação de terminalidade da vida  necessita de um responsável que o substitua para expressar  suas preferências e seus valores com a mais adequada autenticidade.

A informação deve respeitar o princípio da autonomia acerca de eventual declaração prévia de preferências,  em caso negativo, o princípio do julgamento substituto, por meio de inferências sobre valores conhecidos do paciente, ou, quando o representante indicado/legal pouco sabe, o princípio dos melhores interesses, escolhendo o que seria “bom para a maioria”.

As informações assim captadas pelo médico devem ser incorporadas à estratégia de conduta individualizada para o paciente em questão. Há respaldo ético dentro do conceito da ortotanásia, o que significa evitar a desumana distanásia.

Pesquisas alertam sobre um expressivo número de entrevistas entre médico e  responsável indicado/legal em que não são convenientemente abordados nem valores nem preferências do paciente impossibilitado de expressar acerca de decisões sobre o final da vida.

Publicação recente da University of Pittsburgh em ambiente de Unidade de Tratamento Intensivo concluiu que uma em cada três  reuniões  não  tocou na questão e que em apenas 12%  do total  houve  esclarecimento  de fato importante para a situação. A figura 1  e a tabela 3 da publicação que aqui reproduzimos ilustram este comportamento.

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25565458

Há uma série de informações que precisam ser extraídas dos responsáveis para agregar fidedignidade ao que se possa entender como representativo do pensamento do paciente incapaz sobre a terminalidade da sua vida. A qualidade das mesmas contribui para melhorar a complexa relação entre desejo presumido do paciente e  elaboração da estratégia de cuidados em situações de terminalidade da vida.

O uso de subtítulos pode contribuir para nortear a melhor comunicação pelo responsável sobre preferências e valores da pessoa a quem substitui:

1.       Preferências: Declarações porventura ocorridas em tratamentos prévios acerca daquele e/ou de futuro momento, quer  verbalizadas e , inclusive, anotasa em prontuário, quer por escrito em Diretivas antecipadas de vida.

2.       Valores:  Inferências que podem ser obtidas sobre  atitudes, opiniões e crenças  do paciente, aplicáveis ao contexto da terminalidade de vida.

3.       Incorporação de preferências e valores: Recomendações de tratamento que são explicitamente baseadas em preferências e valores expressos previamente pelo paciente.

4.       Longevidade: Extensão do viver, desejo pela vida enquanto possível ou  intenção de aguardar um objetivo específico (por exemplo, uma data familiar, um reeencontro)

5.       Manutenção da integridade física: Maneira de pensar sobre dependência prolongada em tratamentos que exigem sustentação da vida como por ligação a máquinas.

6.       Evitação de sintoma opressivo:  Maneira de pensar sobre dor, dispnéia, nausea, por exemplo.

7.       Autonomia e independência: Maneira de pensar sobre viver ou não numa clínica, sobrecarregar financeira, fisica ou emocionalmente  um  parente ou  aceitar ajuda por ocasião de limitações.

8.       Bem-estar e Relacionamentos: Maneira de pensar sobre participação em relacionamentos, contribuição em grupos sociais, incluindo não ser um peso familiar.

9.       Manutenção da habilidade física: Maneira de pensar sobre a independência física ou a preservação de habilidades específicas (por exemplo, tocar um instrumento musical).

10.   Manutenção da função cognitiva:  Maneira de pensar sobre a preservação da  capacidade de pensar claramente.

11.   Adesão a crenças religiosas e espirituais:  Maneira de pensar sobre  tratamento consistente com preceitos religiosos.

12.   Outros: Quaisquer declarações outras análogas a respeito da vida em geral.

A Bioética da Beira do leito compartilha da opinião que a solicitação de informações ao responsável indicado/legal encerra alto impacto emocional pela associação ao prognóstico e que o médico deve  participar ativamente da discussão construindo seu juízo de valor sobre as declarações de modo isento e ponderado.

Desta forma, um conjunto de perguntas são eficientes, incluindo:  “… Alguma vez o paciente fez algum comentário sobre viver com um respirador?…”, “… Como o paciente se sentiria vivendo com a juda de uma enfermeira?…”, “… Na sua opinião, o que o paciente iria preferir?…”,

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