Por outras palavras, a sociedade, num contexto principialista almeja disponibilidades de métodos de beneficência para conseguir benefícios, deseja preocupações profissionais com não maleficência para evitar/reduzir danos e hierarquiza o direito de consentir ou não com a beneficência e a não maleficência recomendadas.
Tema recorrente de interesse da Bioética da Beira do leito é o médico julgar como errada a decisão dissonante do paciente em relação a suas orientações sustentadas pelo estado da arte, muitas vezes, esquecendo que ambiguidades e vaguezas são habitués em considerações leigas sobre saúde.
Se por um lado, há a exigência conceitual da terapêutica pelo quadro clínico, por outro lado, não deve haver imposição pelo médico de obter um Sim doutor, concordo. O que se espera do médico é a disposição pelo esclarecimento/reesclarecimento, pelo empenho para conhecer e entender causas do Não concordo, doutor, dispor-se a dar um tempo para o paciente se refazer de um nocaute emocional pelas informações.
É essencial ter mente que uma notícia pode ser ao mesmo tempo qualificada como boa ou má. Avaliações dependem do lado da conexão médico⇔paciente que se esteja. Enquanto que o médico mentaliza que há uma (boa)solução validada, o paciente entende como (má) solução pelas decorrências.
Juízos moralizantes são formas indesejáveis de comunicação no ecossistema da beira do leito. Eles prejudicam a empatia, a aceitação, a revisão pelo paciente em momentos de negativa, contribuem para a desconexão médico⇔paciente.
Razão para que o paternalismo – o brando – seja estimulado no decorrer de processos de tomadas de decisão, considerando-o pró-beneficência sem ser antagônico (não coercitivo) ao direito do paciente ao princípio da autonomia.