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PUBLICAÇÕES DESDE 2014

709- compeTência

Letra tê
Abrangência e profundidade

A medicina vai mudar, lê-se. Ela sempre mudou, recorde-se. Acelerou a partir do século XX, admite-se.

Muitas projeções entusiasmadas já fazem parte do imaginário, mas, há cautela sobre o impacto na imprecisão sobre o que, como e quando.

Podemos supor que o jovem médico não tem a noção sobre vários aprendizados para poder lidar no prazo de cinco anos. Há especialistas em certos campos do conhecimento que têm dificuldade em  precisar  os passos a passos  a serem seguidos.

Readaptações sucessivas necessárias significam que qualquer soneca tecnocientífica poderá ser comprometedora.

A pós-graduação só termina na aposentadoria. A questão é como cada profissional da saúde prover a sustentação aperfeiçoadora de qualidade. Em outras palavras, como será que o profissional da saúde fará a integração da tarefa caçadora-coletora desde o paciente de modo recorrente com a de produtor-transformador para atendimento às múltiplas necessidades de saúde.

Tenho folheado alguns textos sobre educação. Convenci-me que o jovem médico precisa esmerar-se no desenvolvimento do pensamento crítico para lidar com as contínuas metamorfoses. Toda orientação heteronômica – o conteúdo de uma diretriz clínica, por exemplo, deve ser objeto de uma análise autonômica. No lugar de uma leitura simples, uma releitura crítica de cada item orientador. Para rebater a passividade absoluta é necessário que, além dos fundamentos clássicos da medicina, haja a experiência de fato vivenciada e a consciência profissional que o termo evidência é multidimensional.

Há evidência da pesquisa sistematizada, há evidência do exercício profissional cotidiano e há evidência da individualidade do paciente, e elas compõem um conjunto sustentador da tomada de decisão que ainda entrará em contato com  evidências evolutivas. A compreensão das nuances dinâmicas contribui para que o médico possa distinguir no que deve crer e como deve reagir respeitando a pretensão da beneficência, não maleficência e autonomia.

A plataforma para o pensamento crítico a respeito dos novos tempos de integração acelerada entre a tradição, a novidade e a inovação pode ser representado, ouvi recentemente, pela letra Tê. A sua parte horizontal reflete a abrangência e a vertical a profundidade. Assim, o jovem médico deve ampliar constantemente as dimensões da sua letra Tê, na mais adequada proporção entre largura e altura.

A Bioética da Beira do leito enfatiza a contribuição da transdisciplinaridade, a valorização do diálogo entre ciência, arte, literatura, espiritualidade, para o desenvolvimento do pensamento crítico na beira do leito.

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