As ciências da saúde caracterizam-se por estudar problemas e soluções. Tudo resulta junto e misturado por mais didático que se queira considerar. Já é grande vantagem poder aplicar controle profissional sobre o primum non nocere de 26 séculos.
Em meio a objetividades, subjetividades e julgamentos racionais ou nem tanto sobre métodos clássicos e inovadores, consensos e dissensos sobre diagnósticos que evidenciam os problemas e sobre tratamentos e prevenções que compõem soluções são usuais na beira do leito. Não dá para evitar atritos entre o ideal e o possível. Aliás, ideal para quem? Possível para qual situação?
Há um cotidiano de superestimações e subestimações na beira do leito. Formam representações sempre atualizadas do quanto humano há na aplicação da tecnociência, onde o interesse em valores é um dos aspectos fomentadores da Bioética. Há uma linguagem na beira do leito que transforma o dito em bem dito/bendito ou mal dito/maldito. Depende dos modos de emissão e de recepção.
A beira do leito adquiriu um forte compromisso com os advérbios Sim e Não. Estas vigorosas expressões da essência do desejo humano, que servem como indicadores do desenvolvimento intelectual do indivíduo, tornaram-se palavras-chaves sobre o respeito à pessoa do paciente.
A pronúncia de ambas e suas consequências, de certa forma, simbolizam maturidade na conexão médico-paciente. Duas palavras tão simples cujas interações reforçam que a verdade é do conhecimento e o valor é do desejo. A vitalidade do conhecimento científico aguarda um Sim do paciente e, em vez dele, um Não pode soar poderoso da não tanta relevância que provoca no paciente.