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976- Carrossel difícil-fácil (Parte 1)

É melhor prevenir do que remediar!

Quantas gerações já se sucederam ouvindo este ditado atemporal, sem autor conhecido e transmitido quase como código de DNA.

O sucessivo reaproveitamento deste aforismo é prudência na veia que vai direto para cérebro e coração. Contudo quando um profissional da saúde performa sua potência objetivando de fato afetar o interlocutor, torna-se, frequentemente, “persona non-grata” por pacientes atuais e por futuros pacientes.

Entre extremos de discordâncias niilistas de pacientes e de onisciências preventivas de profissionais da saúde ocorrem variadas proporções de crédito em

Água mole em pedra dura tanto bate até que fura

Atendimento após atendimento, um trabalho de Sísifo.

Como visa ao ser humano, não faltam dimensões de

Faça o que eu digo, não o que eu faço.

Infelizmente, profissionais da saúde fumantes ou alcoólatras dão-lhe vida real, o que, contudo não promove ressignificações ao conjunto de mais isso e menos aquilo que a observação cuidadosa tem colecionado como conselhos para prevenção da saúde.

Focando especificamente na medicina preventiva, há muito para esculpir, lapidar e arrematar… e muito para se fazer cumprir. É fácil habilitar-se e nomear-se um profissional das ciências da saúde- há muito conhecimento tecnocientífico disponível sobre prevenção-, difícil é conseguir a efetividade no paciente estando médico, enfermeiro, fisioterapeuta, psicólogo, etc.., etc… Palavras sustentam a agência moral do profissional da saúde, todavia, não significam atuação.

Não é um malabarismo mental entre dois antônimos. Difícil e fácil estão longe de um estático e radical antagonismo, tudo é difícil antes de se tornar fácil. Há cerca de 26 séculos Aristóteles (384ac-322ac) explicou: É fazendo que se aprende a fazer aquilo que se deve aprender a fazer.

Maravilha! Aprendeu, facilitou! Como o profissional da saúde é aquele ser humano que se compromete a aprender consecutivamente, podemos admitir dinâmica movimentação em montanha russa entre difícil e fácil em meio a obstáculos e desembaraços. Propósitos profissionais incluem colecionar as manhas do manejo do interruptor de luz que faz o escuro ir sabe lá para onde… e desenvolver maneiras de explicar que árvores só denunciam o vento, não o influenciam … Clareza e realismo são catalizadores da facilitação em complexidades.

Ponto nevrálgico do carrossel difícil-fácil é que a competência profissional que dá a facilitação é uma associação de conhecimento, habilidade e atitude comportando infinitas combinações. As aptidões requeridas fazem-se em feedback com as composições do ecossistema em que se insere o atendimento. Por isso, não se pode desprezar a influência de outros bióticos- essencialmente o paciente- e de vários elementos abióticos. Em decorrência, verdades profissionais em forma de potencialidades de risco são recebidas pelo paciente com níveis de certezas, embora sem garantia de realizações preventivas.

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