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947- So…mente uma mentira? (Parte 1)

O ensino formal em ciências da saúde admite modelos, nenhum deles isento de deficiências. Em comum, a perspectiva de aplicação do tecnocientífico tem organização idealizada, presunção que deverá ser executado de acordo com  indicação e que atuará sob certas premissas num paciente necessitado e desejoso.

Mas as pessoalidades imperam na beira do leito e, por isso, dissonâncias com o ensinado acontecem e requerem ajustes. Daí o valor da arte no manejo da ciência, uma progressão do profissionalismo que somente pode ocorrer em serviço.

O Brasil tem a constituição-cidadã. A beira do leito tem “constituição-acolhimento”. Todos são iguais perante a lei reza a primeira, todos são iguais perante a beira do leito na segunda visto do moral e do social. Mas, bioamigo, como suas expressões tendem à desigualdade visto da clínica!

Cada vez mais há acasos combinatórios de morbidades em vez de casos clínicos clássicos, os tradiconais casos de livro. Causa maior é a modificação da história natural das doenças determinada pelo progresso das ciências da saúde. A decorrente maior expectativa de vida faz acumular comorbidades, inter atuantes ou justapostas, em cada paciente. Mexe com o conceito de saúde, privilegia a prevenção, investe na poli farmácia.

Delineiam-se múltiplos cenários que a Bioética da Beira do leito registra, acompanha e pensa acertos tendo a firme convicção que a clínica persiste soberana quando se trata de referências éticas na beira do leito.

Iguais como cidadãos e diferentes como pacientes, seres humanos carregados de peculiaridades constituindo combinatórios acasos clínicos, rotineiramente, reforçam o aspecto congênito dos princípios da Bioética: um vaivém de alianças e oposições entre um senso de proatividade da beneficência, a cautela da não maleficência e enigmas da autonomia.

Tudo junto e misturado num caldeirão que ferve o sentido coletivo de igualdade pela disponibilidade beneficente, a  impossibilidade de não maleficência zero e o juízo de liberdade provido pelo  direito à autonomia. Não há dúvida, este conjunto já nasceu agitado pela colher da condição humana, até porque sua receita foi concebida na memória de abusos da primeira metade do século XX.

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Crédito: http://www.pngwing.com/pt/free-png-hvcbq

Faz parte da Bioética da Beira do leito o entendimento que janelas panorâmicas da Bioética dão visibilidade para os acasos clínicos e facilitam obter legítimos e sequentes redescobrimentos nos âmbitos do conceito de saúde, do significado de estar paciente e do profissionalismo na beira do leito. A transdisciplinaridade exercida num ambiente multiprofissional é essencial para dar autenticidade a novidades e continuidade ao clássico.

O cotidiano na área da saúde tem necessariamente de conviver com hipóteses, interpretações, diagnósticos, estratégias terapêuticas, condutas preventivas. São conjunturas de trabalho com muitas indeterminações que tendem a se expandir em variadas proporções ao mesmo tempo que devem respeito a limitações éticas/morais/legais.

A obediência ao É vedado ao médico/Caráter do profissional da saúde/Força de lei é essência do equilíbrio de atitudes na beira do leito objetivando correspondência científica e coerência humana.

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