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921- Caloroso iceberg (Parte 2)

O paciente verbalizou um Sim! Daí para a frente espera-se que tudo autorizado se realize da melhor forma possível. Sob o ponto de vista moral, ético e legal podemos entender que houve o respeito ao ritual preconizado. O suficiente foi praticado.

Bioamigo, vamos supor que a comunicação do médico informando, esclarecendo e solicitando o consentimento do paciente seja um bumerangue. Ele tem lançamento num Ponto de Vista profissional que agregou dados, fatos e saberes, carrega conhecimentos que precisam vir a ser apreciados de uma forma individualizada e leiga e a seguir retorna com uma mensagem representativa do direito à autonomia. Pois é bioamigo, cada específica conexão médico-paciente vigente numa atmosfera de deveres e direitos embute múltiplas dobraduras de linguagem na simplicidade das três letras das palavras Sim e Não.

A transferência do conhecimento provoca uma interdependência entre a origem no médico comunicador e o alvo no paciente com um conteúdo, um timing e um espaço. É por meio da linguagem verbal- e não verbal- que se pretende transformar a distância de conhecimento em proximidade cognitiva e afetiva, nomeada como acolhimento/esclarecimento.

A maneira com que o conteúdo do bumerangue do consentimento – a recomendação médica- é disparada pelo médico não é necessariamente a mesma maneira com que provoca o impacto no paciente e a forma com que se dá a reação não significa absoluta liberdade e total esclarecimento na tomada de decisão pelo consentimento ou não.

Numa situação de efetivo processo mental de consideração da recomendação médica por parte do paciente, surgem pensamentos nômades que se pretende darem crescimento ao processo de tomada de decisão e convergirem para uma finalização.

O binômio recomendação médica-consentimento pelo paciente como todo encontro provoca expansões e limitações. O paciente, por exemplo, está limitado pelas necessidades das realidades circunstanciais da sua doença. O médico, por sua vez, está profissionalmente limitado pela medicina validada. Ambos, procuram a expansão permissível pelas molduras contensoras. Assim, aspectos físicos como a colecistite que motivou a operação e os materiais como o instrumental necessário são fixos, da mesma forma a infecção hospitalar e sua conduta terapêutica. O que costuma se movimentar é a capacidade cognitiva no entorno.

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COMENTÁRIOS

Uma resposta

  1. Capacidade cognitiva do entorno sempre sofre importante influência das relações existentes à Beira do Leito. Portanto não pode ser a única responsável pelo desencadeamento das ações.

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