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823- Uma (in)formação contínua (Parte 1)

O paciente chegou com uma queixa no consultório. Apenas para refrescar a memória, consultório é aquele ambiente onde o bioamigo, até há poucos meses, utilizava profissionalmente para atender pacientes e que se encontra fechado temporariamente para evitar contágio recíproco de um vírus que parece ter descoberto pontos fracos da evolução biológica do Homo sapiens, especialmente nos quesitos inflamação e imunidade, com atenção ao envelhecimento e se constituindo num enigma sobre tratamento e prevenção.

Prosseguindo, o médico fez o que precisava ser feito, iniciou o processo de diagnóstico e suponhamos que anamnese, exame físico, avaliações de exames complementares e momentos interpessoais de informações e esclarecimentos perfizeram duas horas. Ou seja, 120 minutos foi a duração líquida entre a emissão da queixa principal e a necessidade de o paciente manifestar consentimento – ou não- à recomendação conclusiva do médico, a realização de um procedimento invasivo com determinada relação risco/benefício.

O paciente era um adulto jovem cognitivamente capaz que pela primeira vez se via diante de uma necessidade de cuidados mais concentrados sobre a sua saúde. Seu comportamento foi de preocupação desde o primeiro contato com o seu médico e assim prosseguiu vivamente disposto a recuperar sua qualidade de vida o mais breve. Cumpriu o manual do bom paciente que os médicos tanto desejam, todas as etapas planejadas do atendimento foram obedecidas e o cenário atual é o médico aguardando o paciente manifestar o seu Sim ou Não. O paciente privilegia a opinião-resumo que recebeu do médico: um excelente prognóstico com algumas advertências sobre possíveis adversidades, nada inquietantes e acima dos seus incômodos.

Sim NaõAconteceu o Sim, manifesto com notório otimismo pelo paciente e familiares solidários. Na verdade, aquele Sim foi tão somente um registro formal de autorização que ultimou uma contínua voz ativa do paciente no decorrer do processo investigativo, vale dizer, a palavra final do paciente de um continuado diálogo entre médico e paciente. Foi um sem parar pelos pedágios da investigação, porém com o paciente sempre parando para pensar e sentir a cada etapa.

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COMENTÁRIOS

Uma resposta

  1. Em oncologia, o SEM PARAR apenas permite redução da velocidade a um limite seguro que não afete os resultados que são frutos do bom diagnóstico, da boa decisão terapêutica e da boa aderência do paciente.

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