PUBLICAÇÕES DESDE 2014

787- Membros de Comitê de Bioética

ReuniãoNão há alienígenas, são todos seres humanos, os que praticam Bioética, é verdade, agitam mais sobre normas, valores e comportamentos. Todavia, eles não tiveram geração espontânea, foram concebidos no mesmo útero do progresso da medicina. Cada inovação e cada tradição mal resolvida na medicina espelham desafios para a Bioética. Que venga el toro!

A Bioética dita clínica é fruto de (não)percepções de humanismo alinhadas a fatos clínicos. A autoridade moral do exercício da medicina na beira do leito exige reflexões acerca do impacto da tecnociência sobre a pessoalidade, ou seja, utilidade e eficácia de métodos são insuficientes para garantir conveniências manifestas pelo paciente. As potencialidades requerem reciprocidades para efetivar as realizações. Um intercessor pode ser útil e a Bioética deseja estar à disposição.

Há muitos mistérios na integração entre ciências da saúde e humanismo. São abismos que atraem a curiosidade. Uns poucos curiosos dedicam-se a ir fundo, literalmente, e se dispõem a trazer a profundidade para a superfície. Membros de Comitês de Bioética têm esta missão de manejo de currículo oculto. De várias formações profissionais, cada qual com seu caráter/personalidade/temperamento à mesa, eles cuidam para que a Bioética ascenda à intimidade da beira do leito e não se desperdice flutuando ao redor. Logo, eles aprendem que o mundo real da beora do leito inadmite qualquer sentido de transformação por varinha de condão. A boa intenção é meritória mas não é impositiva na beira do leito.

Percebo que quem tem vivo interesse na Bioética, como os membros de Comitês de Bioética, manifesta fascínio intelectual, regozija-se com os despertares de pensamentos multifacetados e, pela participação transdisciplinar adquire elevado poder de crítica. Os membros de Comitês de Bioética usam umas lentes diferentes para poderem enxergar a parte submers dos icebergs. Eles até se interessam pelo desinteressante e preocupam-se com o que não acontece, pois sabem que podem ser fios condutores para muitas necessidades doídas.

Os membros de Comitês de Bioética são experientes em ser deixados na sombra ou sob holofotes da crítica. Eles constatam que uma das características negativas de exercício da crítica que recebem – e que sustenta um conceito de desnecessidade- é postar-se sabendo como deve ser feito, mas sem a capacidade para fazer.

Por isso, os membros de um Comitê de Bioética sentem rapidamente na pele que devem saber fazer o que propõem como crítica solicitada. Mergulhos nos poços de saberes e convivência transdisciplinar contribuem, eficazmente, para associar clareza ao diálogo e, assim, qualificar a visão de prós e contras em conflitos.

De fato, a responsabilidade com a clareza – iluminar a profundidade como representação de trazer à superfície- tem no diálogo sua matéria-prima. Ademais, tem no compromisso com a evitação de rótulos de veneração ou de repulsa um antídoto anti-absolutista. A tolerância é reconhecida como virtude e os novatos logo percebem.

Os membros do Comitê de Bioética carregam corresponsabilidades com a aplicação do sentido humano ao atendimento às necessidades de saúde. Elas incluem-se no currículo oculto e organizam-se nômades sempre em busca de acréscimos de sabedoria.  Expressam que há muito mais do que o compromisso com a fria tecnociência na posse de um número de CRM.

Os membros do Comitê de Bioética empenham-se,  assim, para a proliferação ética/moral/legal na beira do leito, vale dizer, cooperam para reconfigurações assistenciais e, em decorrência, para bem-vindas diferenciações no manejo da conexão com o paciente.

Enquanto se aguarda a propalada revolução na beira do leito pela inteligência artificial, membros do Comitê de Bioética dão sua parcela de contribuição para integrar as realidades da tecnociência e do humanismo pelo  potencial da inteligência natural.

COMPARTILHE JÁ

Compartilhar no Facebook
Compartilhar no Twitter
Compartilhar no LinkedIn
Compartilhar no Telegram
Compartilhar no WhatsApp
Compartilhar no E-mail

COMENTÁRIOS

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

POSTS SIMILARES