PUBLICAÇÕES DESDE 2014

766- Mediação na beira do leito (Parte 1)

A rotina de atendimento do médico em geral não é limitante, nem representa zona de conforto. Ela é estratégica para o alcance dos objetivos conforme o Princípio fundamental II do Código de Ética Médica vigente – O alvo de toda a atenção do médico é a saúde do ser humano, em benefício da qual deverá agir com o máximo de zelo e o melhor de sua capacidade profissional.

Assim, após a investigação diagnóstica, o médico direciona o atendimento para a terapêutica cuidando para respeitar a racionalidade sustentada pelas evidências tecnocientíficas alinhadas à beneficência e atento aos dados individuais do paciente, visando à evitação da maleficência. É a fase da rotina do atendimento onde as considerações sobre o potencial de utilidade evolutiva para as necessidades do caso costumam envolver a abertura de um leque de escolhas conceitualmente validadas.

Não é incomum a conjectura de opções terapêuticas de aplicação excludente na beira do leito. Por exemplo, a possibilidade de recomendação ou de uma cirurgia convencional, ou uma intervenção endovascular, ou uma precrição farmacêutica isolada ou uma tão somente vigilância clínica. Cada uma das aplicações tem sua representatividade de evidências quanto ao potencial de realização de benefícios, malefícios, ou mesmo de indiferença em relação ao prognóstico.

O paciente, por sua vez leigo habitual, precisa ser informado e estar esclarecido do que se passa na mente do médico com vistas à tomada de uma decisão. Idealmente, neste exemplo, as quatro opções devem ser individualmente apresentadas e comentadas acerca de prós, contras e expectativas.

O médico exerce uma função facilitadora da compreensão do paciente acerca das opções cogitáveis e pode ou não exercer influência entrando ou não em maiores considerações opinativas sobre sua própria avaliação decisória. A reboque da tradição, a comunicação do médico ao paciente tem a possibilidade de se circunscrever à menção de  única recomendação que entende de maior utilidade e eficiência. A superespecialização tende a reforçar esta prática que não se alinha com a ética médica contemporânea, mas, indubitável, uma parcela expressiva de pacientes agradece.

COMPARTILHE JÁ

Compartilhar no Facebook
Compartilhar no Twitter
Compartilhar no LinkedIn
Compartilhar no Telegram
Compartilhar no WhatsApp
Compartilhar no E-mail

COMENTÁRIOS

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

POSTS SIMILARES