É cada vez mais comum, a internação hospitalar que ia num caminho igualmente desejado por médico e paciente, na busca de um diagnóstico e sob condução ativa e firme do médico, transformou-se numa bifurcação quando foi atingida a etapa da terapêutica.
A lógica da necessidade (do diagnóstico) até então preponderante e compartilhada na mente de médico e de paciente sofreu a influência das modalidades possibilidade e probabilidade (com vistas para a terapêutica). Mentes distintas passaram a lidar com mesmo universo da medicina segundo interpretações sobre benefício/malefício que podem ou não se superpor.
Aplicações terapêuticas validadas para o caso são fundamentadas tecnica e cientificamente como verdades de referência, mas precisam ser processadas na mente humana como possibilidades de utilidade/eficácia e probabilidades de útil/inútil/danoso.
Chances de uma opção terapêutica atender a necessidades e simultaneamente provocar indesejados têm substratos empíricos que comprovam probabilidades de mais de um tipo de resultado ocorrer. É o cenário beneficente/não maleficente que ocorre na bifurcação moldada na conexão médico-paciente.
O caminho a prosseguir pode ser um comum acordo entre as partes mas a decisão terá, idealmente, a participação de responsabilidade do paciente pelo uso do direito à autonomia. Ou seja, o Sim/ Não do paciente à recomendação do médico não deve ser entendido como ato essencialmente passivo, há um processamento de avaliação de prós e contras que representa voz reflexiva.