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713- Propósitos e realidades (Parte 2 )

Crédito: http://cboffice.com.br/blog/2018/10/como-trabalhar-com-proposito-e-gerar-um-impacto-positivo-no-dia-a-dia/
Crédito: http://cboffice.com.br/blog/2018/10/como-trabalhar-com-proposito-e-gerar-um-impacto-positivo-no-dia-a-dia/

A medicina corre contra as frustrações, seus recursos renovados ampliam propósitos a reboque de realizações controladoras e reversoras que favorecem o bom prognóstico. Cada encontro médico-paciente expõe as expansões e as limitações.

Das lacunas, vez ou outra, brotam as palavras falso e mentira como juízos de atuação do médico por parte de pacientes e familiares. Tais expressões são muito duras na conexão médico-paciente. A beira do leito tem uma hermenêutica própria e qualquer eventual cabimento de termos depreciativos e ofensivos neste cenário não pode desconsiderar um contexto da medicina manifesto há mais de um século por William Bart Osler (1849-1919): arte da incerteza e ciência da probabilidade. Aliás, em função do impacto do termo fake news no momento social, é prudente o médico evitar expressar resultados de exames como falso positivo e falso negativo.

O médico aprende desde cedo que não deve promover uma inconsistência (falta de lógica, falta de sustentação científica) na comunicação sobre estratégia terapêutica para o paciente, mas que se justifica uma indeterminação (falta de precisão) pelas incertezas e pelas probabilidades evolutivas.

Assim, o médico não deve mentir, não pode falsear dados, mas, não necessariamente, o conteúdo da franca exposição será totalmente verdadeiro como acontecimento, embora dito com conhecimento de causa e sinceridade. É comum o uso da cautela na expressão não tenho bola de cristal, mas…

Potencialidade e realização são prisioneiras das inexatidões dos efeitos biológicos, das imprecisões das disposições recíprocas entre método e receptores/órgãos alvos. O ainda imortal axioma de Osler tem, entretanto, chance de perder significado pelo promissor aproveitamento da realidade genética do paciente, identidade que conduzirá para mais expansões com menos limitações, mais benefícios com menos malefícios e mais expectativas com menos frustrações. A participação do DNA terá um cunho assertivo e servirá de antídoto contra terríveis entendimentos espúrios de profissional falso e mentiroso. Algo como uma analogia à seleção natural conforme Charles Robert Darwin (1809-1882).

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