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706- Salvo (Parte 1)

Crédito: https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/uso-da-virgula.htm
Crédito: https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/uso-da-virgula.htm

Não é fácil para o médico manter invariável uma apreciação consensual de ético. Até mesmo quando segue o estrito cumprimento ao texto do Código de Ética Médica vigente.

Qualquer dúvida na conduta levantada por quem que seja pode suscitar opinião divergente a respeito da eticidade. Realidades, verdades e interpretações podem duelar e necessitam de juízos imparciais.

Análises das representações contra médicos nos conselhos regionais de medicina falam por si. Ao lado de uma minoria de queixas de fato justas, há um conjunto majoritário que não prospera por absoluta falta de sustentação infracional.

Se por um lado, emoção e criatividade constroem narrativas de reações humanas fora da compreensão do significadp ético do exercício da medicina, por outro, a precisão das molduras éticas para a beira do leito convive com algum grau de flexibilidade pela necessidade de adaptações a certas circunstâncias. Caso  a caso, ou melhor, acaso a acaso.

Por mais que o médico tenha adquirido forte afinidade pelo conteúdo atualizado do código de ética vigente, não é simples alinhar uma condição de apego simbiótico sempre ipsis literis para lidar com os acasos do cotidiano. Haverá  alguma chance para uma vírgula metafórica. E como ela costuma representar usos e costumes da história da medicina pode influenciar juízos sobre o atendimento.

Por si e por lei, o médico não pode desacreditar no valor do código mesmo dele pouco sabendo ou tendo restrições pessoais ao texto de muitos artigos- ultrapassam 100. As cinco penalidades previstas para as infrações do Código têm sido aplicadas com base em diversos artigos, o que significa que o médico precisa ter uma ampla noção do conteúdo para não se contrapor de modo involuntário.

A má evolução do paciente nunca deixará de ser oficina de suspeitas de infringência ética. A morte é uma realidade da vida e a sobrevida é uma finalidade da medicina clássica. A palavra morte tem histórico de dificuldade de ser pronunciada na beira do leito e demanda muito jeito na abordagem pela literatura médica.

O termo terminalidade da vida só recentemente tornou-se receptivo na beira do leito a reboque de um conceito sobre continuidade de cuidados alinhada com avaliação de prognóstico que valoriza a dignidade humana e inadmite futilidade/obstinação terapêutica.

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