A Bioética já provocou mudanças positivas na relação médico-paciente em poucas décadas de efetiva atuação que talvez não estejam sendo a ela creditadas. Mas quem reconhece o crédito permite-se afirmar que a Bioética pode – e deve- atuar ampliando-se em vários cenários profissionais e sociais. Um denominador comum é constituir-se em fórum vantajoso de contribuição para uma proteção moral contra posicionamentos prejudiciais a pessoas e à sociedade em geral.
É contexto que encerra uma relevante atuação pedagógica na medida em que possibilita o desenvolvimento crítico de pensamentos acerca de opções de atitudes. Diria que ajuda a formular crítica em rascunho, pois as reflexões organizadas sobre prós e contras comportam-se como lápis e borracha em busca do que soa mais consistente para o que se pretende apoiar ou refutar. Como fazer ou como não fazer, eis a disposição!
Um dos aspectos mais expressivos é que a contribuição da Bioética sobre os valores da vida é para todas as idades, inclusive abrange o pré-natal e o pós-mortem. De um modo mais direto sobre a sociedade, entendo que a adolescência é a fase de vida onde começa o usufruto da Bioética sob orientação conveniente. Ajuda a perceber as forças que se possui, dimensionar causas e consequências do querer e do atuar especificamente, ou seja, ter o sentido dos valores, compreender a responsabilidade moral do ser humano inserido numa coletividade.
Permito-me supor que a Bioética partícipe na formação essencial do ser humano contribui para forjar uma disposição para o bem que irá refletir mais claramente na vida adulta, como valores morais da pessoa e do profissional.