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1478- Voz ativa do paciente como propriedade (Parte 3)

A vivência com conflitos éticos originários da conexão médico-paciente coleciona estilos de pensar situações pelo leigo que se manifestam por palavras afiadas que machucam o médico, embora na maioria das vezes, um bandaid resolva. É do cotidiano conviver com pacientes impacientes, que dizem “na cara” o que pensam, não necessariamente desejando serem desrespeitosos, pouco importam com a posição hierárquica do médico, acreditam bem saber sobre medicina porque pesquisaram na internet, mas, que no fundo, desejam contar muito com a atenção do médico. Por isso, vale a resistência mental do médico.

A Bioética da Beira do leito aproveita estas quatro menções críticas para expor ao médico como o ser humano é livre para juntar palavras com efeitos variados e como a continuidade século após século indica que Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) precisa estar presente em toda beira do leito lembrando que  sempre há obstáculos no meio do caminho da medicina.

É interessante registrar que o poema foi uma pedra no caminho do poeta, pois após a publicação sofreu duras críticas. Porém, seguiu os três estágios observados por Arthur Schopenhauer (1788-1860) para a verdade: Primeiro, é ridicularizado, depois é violentamente combatido e, finalmente,  aceito como sendo auto evidente. 

Tinha muitas pedras no caminho, familiar à carreira do médico que diariamente reproduz o trabalho de Sísifo, pode ser um antigo medicamento ou uma técnica cirúrgica em que ambos num passado não distante obrigavam ao benefício se acompanhar de males irreversíveis, já abandonados, ou um alerta presente sobre a constatação que as sucessivas inclusões de métodos diagnósticos, terapêuticos e preventivos, apesar da melhor projeção do benefício sobre o risco jamais evitam a possibilidade de uma pedra no caminho do médico e do paciente.

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