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1466- Non nocere imortal (Parte 17)

O Non nocere, portanto, simboliza o reconhecimento que encontros na área da saúde se por um lado podem estar sujeitos a expansões beneficentes, estão também sujeitos a limitações/proibições em nome da não maleficência – não corra, não coma, não trabalhe, não se estresse” costumam ser recomendados, quando não se dispõe ainda dos elementos seguros para uma conduta próativa e com justificativas “de bom senso” do tipo “pelo sim, pelo não, por enquanto”. Tudo aparentemente óbvio pelas gerações atuais de médicos, mas que demandou um constructo histórico numa verdadeira corrida de bastão com obstáculos.

O Non nocere, na verdade materializa-se na beira do leito contemporânea plena de complexidades como um propósito quer em situações mais extremas como a de evitar adversidades por contraindicação de método com relação risco-benefício altamente desfavorável (passado de edema de glote no uso da penicilina, por exemplo), quer naquelas que poderíamos chamar de intuito na medida do possível, como adaptações na aplicação (ajustes posológicos em função de insuficiência renal, por exemplo) ou uso de um método paralelo para reduzir a probabilidade do efeito deletério (hidratação pré uso de contraste iodado).

A ordem imaginada e praticada que na integração entre cuidar de um órgão, respeitar comorbidades e evitar prejudicar o que está normal admite a sequência conduta recomendável pela medicina, conduta aplicável em função de peculiaridades do paciente e conduta consentida pelo paciente sujeita-se a contraposições entre objetividades beneficentes e subjetividades maleficentes e vice-versa. Mudanças da ordem imaginada e praticada para uso individualizado, principalmente a fim de cumprir o Non Nocere requerem planejamentos alternativos que costumam caber na cota de responsabilidade do médico.

Nocere no contexto da medicina um efeito biológico da disposição recíproca entre o método e o receptor humano, não há uma soma, há uma justaposição, um estímulo que determina uma transformação, no caso indesejada. A constituição do corpo humano permite e a medicina obriga-se a se esforçar para evitar. Como os corpos humanos são biologicamente diferentes,  a reciprocidade conceitual provoca efeitos individuais variáveis, uma coisa é a potencialidade e outra a realização do Nocere. Se o Nocere é possível, ele deve ser considerado como um fenômeno natural, admissível pela natureza em seu amplo sentido. Ampliação que  predispõe a nos dispormos a deixar em plantão permanente suposições que a qualquer momento outros efeitos naturais, posto que associados à natureza, podem vir a ser conhecidos.

Sempre tem um mais no caminho e o sentido do Non nocere individual relacionado à conduta aplicável a cada paciente ganhou conotação coletiva no campo da toxicidade para a humanidade. O tome 500 mg via oral de 12/12 horas por sete dias está sendo cogitado como fonte de alguma dose derivada a ser consumida por qualquer habitante do planeta sem horário e sem prazo determinado.

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