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1456- Non nocere imortal (Parte 7)

A noção do respeito a todo ser vivo essencialmente como um fim em si mesmo, fundamento da Bioética, brotou aqui e acolá, ao final do século XIX, manteve-se no ar, desenvolveu um magnetismo oculto nas entrelinhas de textos e contextos sobre a responsabilidade ética em relação à vida, finalmente, caiu dos céus em 1927 atraído pelo ímã do teólogo alemão Paul Max Fritz Jahr (1895-1953) e acabou ganhando o neologismo de Bioética.

O recém-nato criou raízes regionais, cresceu embora num percentil modesto, atravessou o Atlântico e, praticamente, saiu do anonimato na década de 70 por obra do estadunidense Van Renssalaer Potter (1911-2001). É de nascença que não é a ausência de contraposições, é a contraposição que nutre a Bioética. Sua capacitação requer espiral ascendente como estrutura interna razoavelmente equilibrada para lidar com os impactos da “ética da vida” provenientes do exterior.

Comitês de Bioética são os agentes efetores da Bioética constituídos por pessoas que se dispõem a envolverem-se em tomadas de decisão frequentemente complexas em ambientes de atenção à saúde. Os juízos requeridos sobre os múltiplos aspectos da vida de interesse da Bioética não podem contar com o aparelhamento instintivo qual os animais, pois, não somente ele perdeu eficácia no ser humano, como também, o mister da Bioética depende informações e de aprendizagem, de modo que é admissível considerar que o interesse e a energia para o cumprimento da missão em Bioética associa-se ao conceito de narcisismo formulado por Sigmund Freud (1856-1939). Bioamigo, não pule etapas, não conclua apressadamente: Ah! Então quem se dedica à Bioética é uma pessoa centrada em si mesmo, admirador da própria imagem? É preciso desfocar desta ponta do iceberg distorcida e mergulhar na profundeza do conceito.

No contexto de imagem aliada à noção de confiança, um Comitê de Bioética por seus membros admitidos como “normais/amadurecidos” tem de se portar com um grau de narcisismo para sustentar suas respostas às demandas intrincadas e, bem-vindo, desafia qualquer tentativa de dissolução. De maneira transdisciplinar, uma boa imagem de si destituída de ilusões, numa medida sincera de autoscopia, facilita o dentro de si mesmo coeso e moralmente apto a relacionar-se com demandas externas.

O conceito de narcisismo é um guarda-chuva e, assim, admite alguns adjetivos pela heterogeneidade e admissibilidade. A militância em Bioética pela responsabilidade da transmissão de confiança deve estar alinhada ao narcisismo ótimo e não máximo, uma calibragem ajustada à prudência, e que a partir do individual atinge o coletivo com uma transferência de energia para servir com prazer ao grupo.

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