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1449- Prudência e conflitos (Parte 5)

A Bioética coopera para dar abrangência e profundidade a discussões sobre conflitos da beira do leito, alerta para o já cogitado e para o ainda não cogitado, mas carece da função executiva. É ombro amigo, permite nele subir para se enxergar mais longe, pode emprestá-lo para suportar o peso de uma decisão difícil, mas não é determinante final da conduta médica para o paciente. A Bioética não fornece salvo-conduto ético.

Conflitos representam uma forma de ameaça que motiva o cinto de segurança ética permanentemente afivelado. Embora seja mais considerada como destrutivo, um sentido de violência bilateral pode ser construtivo ao estimular discussões sobre a dignidade humana na beira do leito na dissecação do conflito.

Não faltam razões para que cada caso conflituoso seja motivo de uma individuação cautelosa onde o médico assistente tem a oportunidade de integrar o seu interior ao do paciente e calibrar as influências heteronômicas da ética e do legal com suas convicções autônomas. Tudo bem registrado no prontuário do paciente, a melhor salvaguarda da integridade profissional.

Este contexto de subjetivação e objetivação na beira do leito representa, pois, para o médico a renovação de oportunidade para sentir mais ampla e profundamente como cada caso poderá vir a ser em função de peculiaridades da situação e, assim, dar desenvolvimento a uma identidade com a especificidade do conflito. A coleção reduz a insegurança. A atmosfera ao redor conta muito.

Verifica-se em conflitos uma aposição de biografias com efeito nutrício sobre o ser/estar/ficar médico que, é verdade, tem um preço alto pelos desafios impostos pelas exigências do paciente, mas a contraposição humana não significa, necessariamente, uma desconfiança pelo paciente na competência do médico, vale dizer, não provoca uma real desconexão médico-paciente de legitimidade profissional. Ajustes são sempre possibilidades.

A Bioética da Beira do leito entende que respostas às interrogações conflituosas beneficiam-se da solidariedade, com imperativo de natureza dialógica, no âmbito do Pentágono da Beira do leito.

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