Pluralidades e diversidades multidimensionais culturais, sociais e econômicas consonantes com a grandeza da população e do território do Brasil constituem matéria-prima quantitativa e qualitativa para estimular um permanente olhar crítico pela Bioética sobre educação, organização e realização a respeito da atenção às necessidades de saúde em suas 25 combinações relativas ao Pentágono da Beira do leito.
Os encontros humanos no entorno de queixas clínicas, identificações de morbidades, condutas terapêuticas/preventivas e respostas evolutivas admitem expansões, limitações, discussões, revisões e seleções sobre objetivos, valores e métodos, conjunturas em que a Bioética propõe-se a cooperar para a efetividade de interpenetrações entre tecnociência e humanismo.
Em cerca de 50 anos desde o livro A Ponte para o Futuro de Van Renssalaer Potter (1911-2001), a Bioética por meio de Comitês se mostrou intercessora, facilitadora e consultora em participações institucionais que promoveram ajustes em percepções e comportamentos dos bióticos atuantes na beira do leito, aportes para maior abrangência e profundidade na resolução de desafios e dilemas, reduções de conflitos e aumento/recuperação da satisfação/fidelidade na conexão médico-paciente.
No cotidiano da beira do leito há a representação da ética informal, algo como uma “língua” nativa do ser humano no caso um profissional da saúde, própria, auto consultiva e auto conselheira, sempre disponível e aplicável com respostas diretas “automáticas”, de primeira ordem (justo ou injusto, bom ou mau, digno ou não) e que faz parte da bagagem pré-profissional enraizada que acompanha o desenvolvimento do profissionalismo.
Além dela, há a representação da ética formal com substrato filosófico, intelectualizada, de segunda ordem, nem sempre disponível e que inclui proposições do principialismo (ou ética deontológica), ética da responsabilidade e ética da virtude. Sua penetração na beira do leito sofre da carência de um associado contato/interesse por ocasião do aprendizado tecnocientífico.
