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1385- Heteronomia e autonomia na fronteira cinzenta entre uso e abuso (Parte 4)

Assim, o princípio da autonomia na conexão médico-paciente na beira do leito acentua o valor de um clima dialógico, utilizando um tempo mais curto ou mais prolongado no ecossistema da beira do leito, objetivando oportunidades para o desenvolvimento de alguma forma de conexão – mais positiva, mais negativa- entre medicina (tecnociência validada, aplicável e disponível) e paciente (com seus desejos, preferências, objetivos e valores), via o médico responsável.

Pode-se dizer, em síntese, que após um início de conexão médico-paciente representado pela verbalização da queixa principal, ela vai se estendendo como uma sucessão de manifestações da autonomia pelo paciente nos encontros com o médico em combinações de Sim, Não e Talvez que estabelecem expansões e limitações. O Sim é essencialmente aderente, já o Não, e mesmo o Talvez, pode associar-se ao “desaparecimento” do paciente, ou seja, a conexão resulta desconectada, o paciente, por exemplo, não retorna ao médico, simbolizando um Não maiúsculo.

A razão de a Bioética da Beira do leito preferir conexão médico-paciente a relação médico-paciente é justamente para firmar o conceito que o paciente faz parte do time, é componente essencial da equipe, afinal, é acaciano que sem paciente não há exercício da medicina.

Os fundamentos do princípio da autonomia visam a condição mais adequada de posicionamento do paciente no contexto da equipe, especialmente, pelo direito à voz ativa, pela imperiosa tolerância a sua opinião, pela disposição de inserção a mais alinhada às possibilidades como paciente nas circunstâncias.

Qualquer Não do paciente deve desencadear, idealmente, uma extensão de diálogo a fim de entender seus porquês e objetivar ajustes, cuidando sempre do respeito aos limites com os princípios da beneficência e da não maleficência. Sucessos adaptativos representam-se como substituições do Não inicial pelo Sim sinal verde para a continuidade do atendimento no máximo possível de excelência e ajustado ao direito do médico também à autonomia, aos ditames de consciência, que não pode ser esquecido.

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