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1352- Vieses no processo decisório no ecossistema da beira do leito (Parte 1)

A organização ética/moral/legal atual no ecossistema da beira do leito alinhada à excelência e comprometida com o humanismo requer o desenvolvimento e alcance da conduta consentida pelo paciente. Sim é Sim! Não é Não! Bioamigo, estamos cerca de um século a frente de O médico, em suas relações com o enfermo, procurará tolerar seus caprichos e fraquezas enquanto não se oponham as exigências do tratamento, exerçam uma influencia nociva ao curso da afecção e O enfermo deve implícita obediência às prescrições medicas, as quais não lhe é permitido alterar de maneira alguma. Igual regra é aplicada ao regime dietético, ao exercício e qualquer outras indicações higiênicas que o facultativo creia necessário impor-lhe, dois artigos constantes no Código de moral médica vigente entre nós de 1929 a 1931 que sinalizam como a conexão médico-paciente se transformou.

O estabelecimento da conduta consentida é a etapa avançada de um processo cognitivo/afetivo/moral/imperativo que passa pela valorização profissional das bases de recomendação da medicina atualizada (conduta recomendável) e pela preocupação com as peculiaridades biológicas do paciente (conduta aplicável) motivadora de ajustes e que, assim estabelecida, torna-se necessitada de um finalmente alinhado ao respeito à livre voz ativa do paciente para expressar consentimento ou não articulado a desejos, preferências, objetivos e valores.

Não infrequente, pacientes capazes reagem no decorrer do processo de recomendações médicas coerentes com o estado da arte com um não consentimento pós-esclarecimentos. O Não doutor impede a sequente aplicação pelo médico, com exceções ligadas a circunstâncias emergenciais de iminente risco de morte. Razão comum da negação do paciente é como ele considera o potencial de maleficências associado às perspectivas de beneficência dos métodos previstos.

A Bioética da Beira do leito adverte que o Não doutor pode representar uma resposta provisória/temporária/transitória/contingente. Subsequentes  reajustes pelo paciente para Sim doutor acontecem após períodos de tempo variados e influenciados por revisões da avaliação inicial, frequentemente alinhadas à chamada autonomia de relação, em que circunstantes exercem influências transformadoras do impensável/rejeitável em aceitável/desejável.

A vivência no ecossistema da beira do leito ensina que as pessoas que mais participam da transmutação do Não doutor em Sim doutor quanto à autorização para aplicação da recomendação médica são familiares e médicos. Aqueles realizam pelo poder da intimidade com influxos imprecisos na proporção racionalidade-afetividade do paciente e estes exercem com balizamentos estabelecidos pelo profissionalismo ético – talvez uma redundância.

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