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1351- Intenções, atuações, paradoxos e a Bioética da Beira do leito (Parte 8)

6- Paradoxo semântico do mentiroso

Uma pessoa que se sabe ter o costume de mentir, quando diz que está mentindo, fala a verdade? A analogia clínica é com a anamnese e inclui situações em que o paciente deliberadamente se diz assintomático por receio das decorrências de sintomas, ou não percebe adequadamente o que se passa com ele, ou , então se diz sintomático para ganhos secundários e se encaixa em critérios de hipocondria ou de síndrome de Munchausen.

7-Paradoxo semântico do Verdadeiro/Falso

Pela concepção ortodoxa, o que não é verdadeiro é falso e o que não é falso é verdadeiro, ou seja, a representatividade da bivalência, impossibilidade de uma terceira avaliação em respeito à não-contradição. Assim, a exclusão de uma terceira avaliação faz com que quando o dito pode ser verdadeiro ou falso, ambas, a afirmação ou a negação  têm potencial de verdadeira. Após colocar o dito no devido extremo verdadeiro, a negação do mesmo tem que ir para o extremo falso. A analogia médica é com a simultaneidade de beneficência e maleficência incluídos num mesmo método.

8-Paradoxo da tolerância

Tolerar é se responsabilizar, só vale contra si mesmo e a favor de outrem e só deve ser invocada em questões de opinião, especialmente quando algo não pode ser nem demonstrável nem refutável.  A tolerância significa aceitar o que poderia ser objetado, concordar com o que poderia ser impedido. Mas, a tolerância absoluta, universal, infinita é inadmissível, moralmente inaceitável, porque abrigaria o paradoxo de tolerar os intolerantes.

A analogia médica refere-se ao fato que a verdade é do conhecimento e igual para todos e o valor é do desejo de cada um, ou seja, recomendações da medicina eficazes e úteis são passíveis de não serem respeitadas por pacientes, nem sempre são aprovadas (não consentimento a uma conduta aplicável).

9-Paradoxo do barbeiro

Suponha, bioamigo uma cidade com único barbeiro em que todos os homens se mantém bem barbeados. Significa que cada cidadão ou barbeia-se a si próprio ou pelo barbeiro. O barbeiro, então, admite o paradoxo de, ao mesmo tempo, se barbear e ser barbeado pelo barbeiro.

A analogia médica é com a automedicação e a inconveniência de o médico tratar de si próprio, contradição porque quem assim faz não deveria porque quem vai ao médico não se automedica.

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