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1322- Ética não se define, pratica-se ( Parte 10)

O paternalismo, o brando, de certa forma, reforça o pragmatismo sustentado com validade profissional experiente. A vivência clínica testemunha que quando “tudo passa” e a evolução favorável se materializa como previsto pelo médico, o paciente aliviado resulta muito agradecido pelo amparo empático e compassivo do médico que julgou o não consentimento inicial como provisório, iniciativa que foi fundamental para a transformação num ulterior consentimento. No ecossistema da beira do leito são infinitas as dinâmicas de coexistência entre médico-medicina-paciente por mais que haja direcionamentos para reducionismos em padronizações.

A Bioética da Beira do leito entende que o desenvolvimento da recomendação pelo médico tem um fio condutor de síntese que se enquadra na dialética com incursões explicativas sobre tese e antítese que a geraram no bojo do raciocínio clínico. É fato que a síntese costuma ter como matéria-prima graus de absolutismo/cientificismo caracterizados pela obediência alicerçante e confiante ao estado da arte vigente com sustentação pela confiança na tecnociência de fato validada para resoluções médicas.

Após  a apresentação da dialética do constructo tecnocientífico, a comunicação direciona-se, idealmente, para o dialógico com vaivéns entre objetividades e subjetividades, racional e emocional, vontade e inércia. As partes interlocutoras têm chance de trocar e variar posições, numa dinâmica que, inclusive, dificulta um resumo das etapas ao final. Haja vista que o dialógico não somente interfere no absolutismo/cientificismo, como também inclui participações tanto do pluralismo de valores, vale dizer, da ausência de hierarquias fixas entre valores e que alinha-se à virtude da tolerância, quanto do relativismo que enxerga equivalências em meio a diferenças. Tudo servindo de apoio para um Sim ou Não do paciente.

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