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1319- Ética não se define, pratica-se ( Parte 7)

Como se sabe, bioamigo, quanto mais se expande o número de opções beneficentes (dadas pelo médico ou imaginadas pelo paciente por distintas fontes motivadoras), maior fica a dificuldade decisória. Pelo respeito ao princípio da autonomia, o direito à seleção a ser praticada pelo “proprietário da necessidade”, o paciente, não raramente, recebe do médico mais de uma recomendação cientificamente admissível, e o fato de o médico não “cravar” uma delas costuma trazer enorme desafio ao leigo. A pergunta Doutor se você para o senhor… é ouvida frequentemente.

De fato, no contexto de mais de um nível de realidade  que caracteriza aspectos da Bioética na beira do leito e onde memória e imaginação multiplicam diversidades de visualizações de cenários, perante as habituais complexidades clínicas e considerando que mesmo método carrega efeitos de bem e de mal com incertezas das efetivas realizações na aplicação, cabe retornar ao mestre Hitchcock que pregava a validade da consideração da imaginação como primordial em relação à lógica.

O princípio da autonomia da Bioética conforme certidão de nascimento em Belmont reconhece este aspecto do caráter humano que visualiza ao seu modo realizações de possibilidades, vale dizer, antes de acontecer, embasando seleções em função de mais otimismo ou mais pessimismo evolutivo. No âmbito do médico, o pessimismo sobre um método que não pode ser eticamente descartado muitas vezes é transmutado (consciente, inconscientemente?) em submergi-lo numa contraindicação.

É um aspecto do livre do processo decisório do lado do poder médico. Quantas vezes ouvimos que se o caso for atendido pelo clínico resultará uma prescrição farmacêutica e quando pelo cirurgião  haverá uma indicação cirúrgica… A Bioética da Beira do leito alerta, entretanto, que não é porque temos um martelo que tudo é prego diante de nós…

A conexão médico-paciente – conexão é mais adequado do que relação segundo a Bioética da Beira do leito- é um dos mais criativos relacionamentos humanos de todos os tempos. A preocupação com adequados níveis de conectividade gerou uma atividade de humanização na beira do leito.

Atendimentos  eletivos, de urgência e de emergências requerem ajustes “dialógicos” sem prejuízo do pertencimento conector. Interpretações da conectividade quais caleidoscópio multiplicam-se ao longo dos compartilhamentos e acolhimentos entre os seres humanos envolvidos.

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