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1260- The Doctor Século XXI (Parte 2)

A introdução da inteligência artificial na perspectiva de dar um salto de valor ao atendimento às necessidades da saúde sintetiza a inclinação para a supremacia abiótica neste século XXI. Ela não acontece por geração espontânea, não é importação de outra galáxia, é produto da inteligência natural do Homo sapiens que reúne “neurônios-máquinas” num cérebro eletrônico para prover qualidade de processamento de informações e algoritmos além dos limites do cérebro humano.

A Bioética da Beira do leito entende que uma estrutura de inteligência artificial no ecossistema da beira do leito reproduz num ponto maior a formação de um médico no que se refere à captação da coleção de conhecimentos disponíveis e, por meio do chamado aprendizado de máquina, reproduz um dos fatores essenciais do exercício da medicina que é o aprendizado em serviço, o paciente como indispensável livro de texto e que faz da experiência no ecossistema da beira do leito fio condutor de sequentes aperfeiçoamentos técnicos e atitudinais. A máquina materializando sonhos de QI elevado e de elevação da capacitação individual por engenharia genética, com representações de super-homens, mulheres-maravilha, robôs e ciborgues.

Considerando: a) inteligência humana como atributo natural individual, de um grupo de indivíduos ou organizações que é aplicável a objetivos de realizações que envolvem bióticos e abióticos; b) meio ambiente como conjunto de parâmetros relevantes do entorno com potencial de influência nas questões da saúde; c) inteligência artificial como combinação de ciência da computação e informações com a finalidade de resolução de questões clínicas, que “pensam” como humanos de modo “racional” e assim atuam; d) aprendizado de máquina como ramo da inteligência artificial e ciência da computação que admite a capacidade de um algoritmo para aperfeiçoar por identificar padrões, torna-se essencial que cada médico incluído no ecossistema da beira do leito disponha-se a compor uma avaliação sobre como um mais alto patamar de atuação tecnocientífica pelo “raciocínio” por máquina impacta no humanismo da pintura The Doctor. Enfim, como cada novo número de CRM conceberia as pinceladas para expor sua conjuntura da conexão médico-paciente/familiar.

Este ponto de vista subentende que o passado tradicional da medicina não pode ser simplesmente apagado porque o abiótico torna-se cada vez mais fator de sucesso na área da saúde. O legado histórico deve ser mantido para servir como ponto de referência para cada integração contemporânea de bióticos e abióticos, a consciência que decisões sobre o valor da tecnociência com radicalismos admite o potencial de um desequilíbrio “desumano” com a aplicação da atitude. Por mais que predomine o benefício do abiótico, continua um ser humano com responsabilidades cuidando de outro ser humano com desejos, preferências, objetivos e valores manifestáveis por uma voz ativa a ser respeitada.

Ademais, as novas oportunidades dadas pela inteligência artificial não deixa de ter limitações por dificuldades de transposição de uma teoria mais estática para uma prática mais dinâmica. Os modelos de integração necessitam prover absoluta confiança. De fato, combinar as variáveis segundo o próprio sistema de avaliação pela inteligência natural conforme treinado na graduação e pós-graduação e o apresentado pela inteligência artificial  é uma tarefa muito além de ter a orientação de colegas mais experientes à disposição do noviciado.

A Bioética da Beira do leito interessa-se pelos desafios de concepção, desenvolvimento, integração e regulação da inteligência artificial aplicável com utilidade e eficácia a um ser humano e que incluem compreensão dos dados clínicos para servir de referência no desenvolvimento dos modelos, real utilidade clínica em cada (a)caso, ajustes culturais,  qualidade da seleção do referencial da literatura e da proposição de técnicas, exposição dos limites, identificação de vieses e necessidades de remoções e permanente controle de  transparência, desempenho e validação do aprendizado de máquina, segurança cibernética e compromisso com sigilo profissional e interfaces com ética/moral/legal.

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