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1182- Educação na beira do leito e Bioética (Parte 2)

Quem se debruça sobre a formação do médico depreende que há uma continuidade de aprendizado na Saúde mediada pela convivência respeitosa e comunicativa com o par formado por doente/doença. Pegando carona em Sun Tzu ( 544 aC– 496 aC), ante doenças organizar-se para a saúde, ante a saúde, adequar pela doença, o que contém forte espírito preventivo. De fato, na doença acionar a Não maleficência no processo de Beneficência, na saúde, demandar a Não maleficência do controle de etiopatogenias e fisiopatologias.   

O imperioso de tornar o médico – e o profissional da saúde de modo geral- um sujeito de seus conhecimentos, habilidades e atitudes amálgama a incessante educação à diversidade de enfoques proporcionados pelas pedagógicas limitações e expansões que orbitam pelos pacientes na beira do leito.

Diagnóstico, terapêutica e prevenção reúnem-se num conjunto de saberes transferíveis pela educação e aplicáveis sob valores e normas que a sociedade pretende da medicina – e das ciências da saúde, em geral. Inclui-se a sabedoria dada pela consciência crítica, pela prudência ética e pela tolerância a opiniões contrapostas. Quem vivencia Serviços Universitários reforça como o cotidiano traz surgimentos educacionais dos vários bióticos do ecossistema da beira do leito, como os assistentes, os gestores, os residentes e os pacientes que se alternam como “professores” e “alunos”.

Para a educação continuada desde o ingresso na faculdade até a aposentadoria, há o livro de medicina, há a diretriz clínica, há a literatura médica, há a opinião de especialistas, há o ponto de vista do paciente e há os resultados. Misturam-se na expansão do saber/sabedoria profissional, idealmente sem desconsiderar  aberturas para o rigor tecnocientífico em função do desconhecido e do imprevisível, atenção a cuidados com formalismos em excesso e preocupações com absolutismos de objetividade.

Aspecto essencial na tradicional educação do médico – e do profissional da saúde em geral – é a aquisição da capacidade para transferir o aprendizado proporcionado por determinada situação para outras ocasiões. Faz parte do desenvolvimento da maturidade profissional apreender quando, como e porque reconhecer as aplicabilidades relacionadas e forjar adaptações.

Este atributo da educação em serviço necessita da aplicação da prudência que compara/superpõe/distingue, do feedback do efetivo exercício que ajusta e do desejo tanto profissional quanto do leigo que precisa. Vale ter em mente que, não necessariamente, significa que pensar sobre o incorporado pela educação e aplicar são indissociáveis.

Como dito por Aristóteles (384 a.C-322 a.C) Educação é o que sobrevive quando se esquece do que se aprendeu. A Bioética da Beira do leito acrescenta que a “sobrevivência” do aprendizado desde a beira do leito contemporânea como educação construída objetiva, essencialmente, favorecer a beneficência, reduzir a maleficência e abrigar o direito à autonomia.

Catástrofes repetem-se na história da humanidade e necessitam de educação apropriada para respostas preventivas/resolutivas. A maneira pela qual a sociedade revela-se amadurecida pela valorização da ciência no ecossistema da beira do leito é fundamental para a preservação da qualidade de vida individual e coletiva.

Bioamigo, na pandemia atual, o trabalho com necessidade hospitalar – básico para compor a educação em serviço dos profissionais da saúde- diferenciou-se na sociedade integrando os segmentos com obrigatória preservação do presencial.

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