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1118- Decisão Compartilhada (Parte 3)

Bioamigo, como então, sair da apenas retórica e aumentar a probabilidade de uma tomada de decisão que possa integrar de fato evidência e preferência em meio a opções da tecnociência com suas incertezas, multiplicidade de situações clínicas e pluralidade da condição humana? É grande desafio que demanda um Alô Bioética!

Algumas premissas fazem-se essenciais: A primeira delas é que a disponibilidade atual de métodos validados exige que todo objetivo de recuperar um órgão doente acompanhe-se da preocupação em preservar órgão saudável e evitar agravar comorbidade.

A segunda premissa é a necessidade de integração entre duas distintas comunidades de interpretação no processo de tomada de decisão. a representada pela expertise do médico e que inclui diagnóstico, etiopatogenia, opções terapêuticas, opções evolutivas, prevenção primária e secundária  e a representada pela vivência do paciente capaz e que inclui desejos, preferências, objetivos, valores, circunstâncias sociais e experiências com doença.

A terceira  premissa é que fique bem explícito que deve se desenvolver uma tomada de decisão após reflexão, após pesar as possibilidades, ou seja, um processo de deliberação – palavra que deriva de De Librare, sendo libra uma antiga medida romana de peso.

A quarta premissa é que haja o desenvolvimento de um processo de ajuste entre as visões do médico e do paciente que incluam:

Beneficência

Potencial de adversidades

Esclarecimento ao paciente

Dependência Recíproca

Esclarecimento ao médico

Proporção do racional e do emocional

Comparticipação decisória

Convergência de pensamentos

Ajustes de aplicação

Consentido pelo paciente

Concordante pelo médico

Adesão responsável/Zelo aplicação

A quinta premissa é o compromisso profissional com um decálogo composto de:

Dignidade da pessoa humana

Legitimidade tecnocientífica & Admissibilidade moral

Expansões e limitações dos (a)casos clínicos

Consciência profissional

Direito à voz ativa do paciente

Acolhimento ao paciente

Distinção entre Uso, Não uso e Abuso

Distinção entre Indicação, Não Indicação e Contraindicação

Distinção entre Potencialidade e Realização

Atenção a Expectativas & Frustrações

A sexta premissa é que o reconhecimento de um imperativo ético do médico para promover o diálogo com o paciente dê a oportunidade para que o paciente compartilhe com o médico:

O que deseja agora e no futuro

Já conhece sobre opções

Conhece sobre benefícios das opções

Pensa sobre os riscos de opções

Prioriza sobre benefícios e riscos

Efetivamente espera

Se dispõe a submeter

 

Bioamigo, o processo de seleção entre opções subentende um paciente ativado a optar com responsabilidade e apoiado a optar conscientemente. Na prática, verifica-se que certo % de pacientes não deseja assumir o ônus da decisão e também que quando o que optaram não resultou no esperado, expressam um arrependimento por exemplo de uma opção mais simplista.

Alguns cenários comportam a Decisão Compartilhada:

Aplicação hospitalar da terapêutica sob ajustes quanto ao potencial de beneficência e de maleficência

Estratégia ambulatorial sobre investigação diagnóstica e controle evolutivo da história natural ou da conduta terapêutica

Estratégia ambulatorial a respeito de mudança de hábitos do paciente para prevenção primária ou secundária

Aplicação terapêutica domiciliar sob responsabilidade do paciente

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