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1061- Beira do leito política (Parte 4)

Segundo a Bioética da Beira do leito, de modo utilitário, é só o paciente sentir-se bem informado e pronunciar-se a sua maneira com a palavra-chave mestra Sim, o abre-te sésamo, para a fluência da conduta ainda etiquetada como aplicável rumo à possibilidade da aplicação resolutiva.

O processo de aprendizado das ciências da saúde inclui a coleção de conhecimentos e o desenvolvimento de habilidades enfeixadas numa visão de utilidade e resumível em é isso e assim que devo apresentar para o paciente. 

Trata-se de um processo de  autoprodução a si próprio do profissional da saúde. Uma ação continuada que se beneficia da atenção à sabedoria de Confúcio (551 ac – 479 ac): aprender sem pensar é desperdício de trabalho, pensar sem aprender é  temerário.  

O entre pessoas da beira do leito expresso num processo político de ordenamento proporciona confrontos de convivência que são matérias-primas fundamentais para que o profissional da saúde possa bem produzir-se a si próprio e progredir na maturidade profissional.

De fato, os inoportunos ao livre trânsito entre o pensamento com referência tecnocientífica e o consentimento pelo paciente – recomendação e sujeição-  são pedagógicos, inclusive para conscientizar como os deveres com as evidências científicas universalmente validadas impactam sobre a plena liberdade e exigem articulações de cunho político.

Neste contexto, é essencial evitar que o caráter educacional da autoridade (auctoritas vem de augere que significa aumentar) do profissional da saúde representado no esclarecimento da tecnociência ao paciente – que aumenta sua integração- desvie-se do sentido educar e descaia na direção coercitiva do dominar.

Considerando a linguagem, o esclarecimento tecnocientífico pelo profissional da saúde entendido como ato de persuasão numa semântica em conformidade com a ética, produzindo reforços e supressões no paciente e afinados com seus desejos, preferências, objetivos e valores.

Considerando o compromisso do profissional da saúde com a tecnociência e a habitual prática da autonomia de relação pelo paciente, a Bioética da Beira do leito advoga que o compromisso conceitual com a liberdade do pensamento na beira do leito não pode abdicar de uma atuação política, entendida como instantes sobre instantes de escolhas de atuação mútua com o paciente.

A tradição condenou o profissional da saúde a um contínuo produzir-se a si próprio, o passado recomendando um presente/futuro com olhos voltados para as atualizações do progresso tecnocientífico – ganhos e dispensas- e para a evolução da sociedade- a moralidade dos comportamentos em relação a regras e valores atualizados. Recorde-se que o pioneiro Código de Moral Médica de 1929 continha uma sequência de artigos tanto dignos de aplausos como reprováveis atualmente. 1929iiiii

Estrabismos éticos e miopias morais são prejudiciais porque dificultam atualizações sobre alteridade na conexão profissional da saúde-paciente. A Bioética da Beira do leito pode cooperar para o uso de lentes corretoras objetivando um potente proposto e não um prepotente imposto.

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