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1016- Bioética da beira do leito. Pretensiosa, porque não? (Parte 1)

Ah! Bioamigo, a Bioética da Beira do leito e sua introjeção. Para alguns, a Bioética é uma pedra no caminho, para mim se pedra, é pedra que simboliza realidades de interferência no cotidiano da beira do leito, assim a classifico como preciosa por valorizar o caminho.

Na verdade, a Bioética da Beira do leito é uma pedra-imã, a magnetita que atrai a vontade de ferro  de profissionalmente ir muito além da mera abnegação para alcance de objetivos formais na beira do leito. Todos os dias perante situações alternativas entre encontrar-se e perder-se, a Bioética me capacita a descobrir um algo a mais, o que é altamente gratificante.

Neste confessionário, manifesto que me tornei dependente psíquico da Bioética. Tenho um forte desejo de a consumir. Sou também dependente físico porque tenho síndrome de abstinência, o que é um misto de desconforto e motivação. Não vou chegar a caracterizar o extremo da compulsão, mas qualquer forma de autoexigência que possa caber, no fundo me realiza, um ideal que equivale a uma  continuidade no trilho do profissional verídico, faz-me livre dentro dos limites da integridade da profissão, compõe-me fiel ao estado da arte, traz certas admissibilidades a pequenas transgressões justificáveis, mantêm-me cônscio que as incertezas negam o absoluto assim desaconselhando o fanatismo profissional xifópago do excesso de seriedade/demasiada severidade e coloca-me menos propenso a descarrilhar eticamente quer por excessos, quer por faltas.

Na condição de semiaposentado, fruto da mesma cronologia que faz o meu número de CRM cada vez mais baixo, mas não menor em profissionalismo, potencial de conspiração contra a competência, a Bioética da Beira do leito preenche com jeito a metade eliminada. A persistência para situar a Bioética na linha de frente da minha mente advém da combinação de tensão de manter a fundo a curiosidade sobre o tema além do automático, excitação pela transformação do conhecimento em hábito, e pressão por modificações e suplantações que no meu caso inclui a manutenção em espiral ascendente do fazer e refazer o blog bioamigo.com.br.

A movimentação que está engastada por uma insuprimível cultura universitária tradicional faz com que eu me sinta, com a devida modéstia que impede qualquer veneração ao status, capaz das realizações e, também, merecedor das posições em Comitês Bioética, onde a transdisciplinaridade tem o dom de produzir roturas “impensáveis”, transcender nossa bagagem intelectual e nos reconhecermos remodelados, frutos da mútua apreciação que torna todos mais firmes e seguros de si. Recomendo! Estar Bioética é uma forma de resistência ao ócio e preservação de estilo que ao contribuir para o equilíbrio e a perspectiva facilita me sentir uma pessoa sem idade.

A Bioética da Beira do leito tem objetivos diversificados. Na essência, ela esforça-se em auxiliar a compreender a medicina – e as ciências da saúde em geral- com devoção e flexibilidade, não apenas quanto ao seu acervo validado, mas, principalmente, em relação a sua aplicabilidade na beira do leito face às individualidades clínicas e pessoais do paciente- os (a)casos da beira do leito.

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