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953- Treinando crítica do rascunho em serviço (Parte 1)

Bioamigo, mentalize a beira do leito. Uma a que você esteja acostumado. Se eu lhe perguntar se ela é profissionalmente motivadora, 99% de chance que responderá Sim. A motivação é sustentada pelas necessidades, as do paciente com alta hierarquia. A cada atendimento do dia, aquele equilíbrio com que você chegou para trabalhar ganha probabilidades de se transformar em tensão. Você se verá analisando comportamentos, terá o desejo de vencer barreiras e ante opções cogitadas indagará: devo? posso?

Quando adotar uma estratégia qualificada para responder às necessidades de saúde do paciente, você, bioamigo,  está cumprindo um pré-requisito para a denominação de profissional da saúde. Ela admite – e requer- uma prolongada lapidação em serviço, pois o recém-graduado é tão somente preciosa pedra bruta.

As facetas vão se moldando e o R+ (o R1 não se torna R2 pelo calendário, é progredindo pelas decimais de R1,1 a R1,9 e o formado há 15 anos, por exemplo, se frequentador da beira do leito, será um R15 com alguma decimal) pelo treinamento tão tenso quanto gratificante vai percebendo que sua rotina afigura-se uma forma de poder, provê vantagens, representa arte de aplicar tecnociência em encontros e reencontros com o paciente. Bioamigo, você se lembra da questão quem veio primeiro o ovo ou a galinha? Pois é, o doente veio antes do médico, mas o paciente só depois.

A cada conexão médico-paciente, expansões e limitações de orientação e responsabilidades alternam-se salpicadas por muitos talvezes. As indeterminações da beira do leito motivam o interesse pela Bioética e sua capacidade pedagógica para dar amplitude à importância das ciências da saúde, incluindo o alerta que pacientes inserem-se em contextos de responsabilidade familiar e de trabalho que não podem ser ignorados. Na recente História do Brasil, as observações do feedback entre a beira do leito no InCor do presidente eleito Tancredo de Almeida Neves(1910-1985) e as repercussões na nação representaram para mim a reafirmação do que já lera em Medicine and Man The Story of The Art and Science of Healing do britânico Ritchie Calder (1906-1982) sobre a influência do estado de saúde e de decisões do profissional da saúde para muito além do paciente, interesse da Bioética.

Profissional da saúde reúne uma pluralidade de especializações capacitadas para lidar com admitidas dimensões da saúde como: funções do corpo, funções e percepções da mente, expressão espiritualqualidade de vida, participação  social  e  tarefas do cotidiano. Os especialistas apreciam componentes deste conjunto segundo uma conceituação objetiva da profissão e devem integrar respeitosamente com a maneira com que individualidades dos pacientes enxergam as dimensões por si próprios. A beira do leito é dos locais com maior intenção de respeito aos melhores interesses do indivíduo necessitado, quer por realistas, idealistas ou pragmáticos.

A Bioética da Beira do leito admite saúde como a capacidade de adaptação e auto gestão do ser humano aos desafios de ordem física (capacidade de se proteger contra danos), emocional (capacidade de enfrentar situações difíceis) e social (capacidade para cumprir obrigações, portar-se com independência). Vislumbra, pois o grau de equilíbrio entre oportunidades e limitações.

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