Elaborado em coautoria com o Prof. Dr Wilson Jacob Filho
Classicamente, o vigor do mais jovem – Ah! O meu primeiro plantão no PS! – é direcionado para as linhas de frente do atendimento enquanto que a sabedoria do mais idoso é direcionada para as retaguardas. As posições de hierarquia em serviços hospitalares são sensíveis à aquisição da experiência tempo-dependente, assim, conjugando-se com o avançar da idade do médico.
Costuma haver um ápice de competência, e a seguir graus variados de declínio pessoal ligados a aspectos da vontade e cognitivos, mas não isentos de possibilidades de algum grau de ascensão, por exemplo, em alguma área distinta. No Brasil, a idade de 75 anos marca a obrigatoriedade de desligamentos de funções associadas ao serviço público, independente do nível presente de capacidade laborativa.
O jovem médico tem muito a apreender o que não sabe, enquanto que o idoso tem muito a consolidar sobre o que já sabe. Pode-se dizer que à medida que decresce o número do CRM no conjunto cartorial do continuum de formaturas, cresce a responsabilidade individual sobre as análises críticas a respeito da tecnociência e da atitude fundamental para a obtenção da excelência profissional.
A pós-graduação do médico é ininterrupta, crônica, eterna. Há a inicial chamada de residência médica que acontece sob supervisão estruturada e a seguir, desconsiderando eventualidades de mestrado e doutorado ainda orientadas por professores, cada médico significa um continuado exercício de feedbacks multidimensionais posicionado que está e atuante num ângulo do Pentágono da Beira do leito. São 25 possibilidades de conexão, mais restritas ou mais amplas que requerem a pedagogia do tempo, quer o quantitativo que coleciona vivências, quer o qualitativo que proporciona identificações.
Bioamigo, o biótico atuante no ecossistema da beira do leito inclui diversidades de etnia, gênero e idade. A sociedade avançou muito no respeito a variedades de etnia e de gênero, há ressignificados, empoderamentos e movimentos de inclusão na sociedade que reconhecem a inadequação de categorias fixas. Manifestações de intolerância têm sido cada mais recriminadas, punidas e prevenidas. Médicas não eram bem aceitas pelos pacientes – incluindo mulheres – há algumas décadas e, felizmente, houve um ganho de confiança profissional que se alinha à recente feminização da medicina.