1929- O Brasil sofria os efeitos da Grande Depressão mundial, a monoexportação de café não mais permitia financiar a dívida externa, desfez-se a República Velha do rodízio São Paulo e Minas Gerais de presidentes da República (política do café-com-leite), ascendia o gaúcho Getulio Dornelles Vargas (1882-1954) e houve o início do desenvolvimento do parque industrial brasileiro e da tendência de urbanização.
Neste ano, em que os médicos brasileiros não passavam de 16000 e não havia número de CRM – disposição de lei em 1957- a Ética Médica ganhou o seu primeiro código, importado do VI Congresso Medico Latino Americano e denominado de Código de Moral Médica (1929). Ele foi traduzido pelo Dr. José Maria Cruz Campista e publicado no Boletim do Sindicato Medico Brasileiro, n º 8, agosto de 1929, p-114-123. O documento foi vigente até 1931, quando foi substituído pelo Código de Deontologia Médica aprovado pelo 1º Congresso Médico Sindicalista, e publicado no Boletim do Sindicato Médico Brasileiro, nº 8, agosto de 1931, p. 124-130.
O Código de 1929 expunha uma padronização de comportamento do paciente sob a denominação de Preceitos recomendados (Capítulo 12). Eram 14 itens que objetivavam o benefício dos enfermos e a harmonia na relação médico-paciente. O bioamigo poderá perceber nos quadros abaixo uma mistura de atualidades e de revogações decorridas nove décadas. Destaques em negrito são nossos.
Creio que muitos bioamigos até endossam alguns dos preceitos expostos, todavia abstém-se de se manifestar da mesma forma em nome de um “politicamente correto”.