Noticia-se que o Governador do Rio de Janeiro, minha terra natal, Luiz Fernando de Souza (Pezão), nascido em 1955, recebeu o diagnóstico de linfoma não-Hodgkin.
A leitura da notícia provoca sentimentos de tristeza ao mesmo tempo que sustenta a esperança na resolução da doença em face no estado atual da Medicina.
Muitos talvez não se apercebam que Hodgkin é nome próprio. E não se deve perder a oportunidade de prestar homenagem e usufruir do exemplo de médicos que construíram a história da Medicina .
Thomas Hodgkin (1798-1866) foi um médico inglês, anatomista, que descreveu a neoplasia maligna do sistema linfático, em 1832. Na verdade, Marcelo Malpighi (1628-1694) cerca de dois séculos antes, em 1666, já identificara algo similar.
A proposição para que passasse a ser denominada de doença de Hodgkin foi feita cerca de 30 anos depois por outro médico inglês Samuel Wilks (1824-1911). Hodgkin tornou-se, então, um epônimo.
De origem Quaker, pautou sua vida por uma rigidez moral e defendeu a necessidade do jovem médico debruçar-se mais intensamente sobre comparações entre sintomas e anatomia, que a indiferença ao conhecimento dos essenciais fundamentos morfológicos das doenças era resultante de prematuridade na prática clínica.
O tempo foi acumulando variantes anatômicas e clínicas que foram reunidas em realção à referência original como linfoma não-Hodgkin.