Conflitos como os gerados pela Fosfoetanolamina são excelentes oportunidades para reflexões sobre as intercessões entre Técnico-ciência e Humanização, sobre o significado de acolhimento ao paciente, sobre o impacto da crescente rapidez e abrangência da difusão de uma informação que é esperança de vida para o paciente num tom distinto da Medicina.
Assim, formulamos 10 questōes envolvendo a Bioética motivadas pela atualidade da Fosfoetanolamina e aguardamos a opinião do bioamigo:
- Paciente terminal segundo critérios vigentes teria de se preocupar com efeitos adversos de uma utilização química?
- Quando o paciente exerce o seu direito de recusar submeter-se a um tratamento recomendado pelo médico, aplicam-se os termos temeridade, insanidade?
- Porque é que uma conclusão favorável em testes pré-clínicos não é seguida de uma imediata pesquisa com voluntários?
- Pode ser taxada de insensibilidade social não progredir com as pesquisas perante o entusiasmo com as primeiras observações?
- O interesse de Indústria Farmacêutica pode fazer a diferença?
- Para o paciente terminal, eventual efeito placebo, amenizando a situação por um período de tempo é bem-vindo em relação à qualidade de vida?
- A manifestação de condenação verbalizada pelo médico ao paciente sobre a atitude de ir em busca de algo não validado, além dos necessários esclarecimentos técnico-científicos, caracterizaria coerção?
- A revelação pelo paciente ao seu médico que associou uma “substância alternativa” por conta própria deve influenciar o acolhimento ao paciente?
- Numa situação notória como a atual da Fosfoetanolamina, o Ministério da Saúde deveria de posicionar publica e imediatamente?
- A esperança de alívio do sofrimento que leva um paciente terminal a querer o suicídio assistido é análoga à que motiva o desejo por uma “alternativa” que de repente eclodiu como manchete?