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CBio4-Ética da Amizade

Dr. Carlos Alberto Pereira Rosa
Dr. Carlos Alberto Pereira Rosa

Dr. CARLOS ALBERTO PESSOA ROSA

 

Giles Deleuze
Giles Deleuze

 

Jacques Derridà
Jacques Derridà
Paul Ricoeur
Paul Ricoeur

Penso que a palavra

bioamigo sugere de algum modo a reflexão à beira do leito da Ética da Amizade. Seguindo os rastros dos  filósofos franceses Ricoeur (Paul, 1913- 2005),  Deleuze ( Giles, 1925-1995) e Derridá ( Jacques, 1930-2004) penso a relação médico-paciente com uma troca osmótica daquilo que sensível entre os corpos, algo muito distante da relação burocrática entre pessoas.

Na ânsia de instrumentalizar e comercializar recursos tecnológicos, vários ramos das ciências, dentre eles, a medicina, distanciou-se da escrita que os corpos, individualmente, carregam. Mesmo os órfãos de conteúdo, na ânsia de um “si-próprio”, desenvolveram rituais que não diferem dos números que carregam em documentos, como a tatuagem, muito distante da ritualização de passagem para a identificação.

Sabemos que a relação médico-paciente exige muito mais que o nome dado, as imagens obtidas por instrumentos ou as inscrições na pele. Não será a ética, atrelada a questões judicantes e políticas, nem os tais protocolos, solução para um distanciamento cada vez maior entre os atores participantes de uma consulta médica. Pensar o sujeito como uma escrita, um texto, além do tegumento deveria ser prioridade na formação profissional.

Peço licença a Derridá para colocar o paciente como um visitante inesperado que, diante da doença, perdeu ser pertencimento, e procura o médico à espera de hospitalidade e acolhimento. Como fazê-lo se destituídos de uma Ética da Amizade?

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