Enfermeiro passa, habitualmente, um tempo prolongado no hospital. Em consequência, ele pode ter mais tempo de contato profissional com paciente e familiar do que médicos.
A maior disponibilidade pode gerar conversas acerca do consentimento exigido pelo médico. A efetividade de um diálogo tem como um dos fatores uma real integração do enfermeiro com o médico.
São comuns a hierarquização de funções “diretas” assistenciais ao paciente no hospital e a pouca frequência com que enfermeiros acompanham a visita médica e assim testemunham pessoalmente os esclarecimentos do médico visando ao consentimento para condutas recomendadas. Em hospitais de ensino, a participação do enfermeiro na visita coletiva multiprofissional que inclui fins didáticos parece ter mais chance de acontecer.
Uma ideia é que o enfermeiro adquira maior autonomia na organização hospitalar a fim de ganhar condições para , pelo diálogo esclarecedor, facilitar a compreensão e esclarecer dúvidas do paciente no exercício do direito de autonomia. Evidentemente, a função precisa ser bem qualificada por estratégias de integração harmônica com o médico responsável pela orientação da conduta.
Desta maneira, o enfermeiro pode dar sua contribuição para a a aplicação do paternalismo fraco dentro do respeito ao ato médico. A Bioética é fórum adequado para promover a interdisciplinaridade que qualifica uma força multiprofissional com ampliação da disponibilidade de tempo do suporte de esclarecimento ao paciente para o momento final de consentimento- ou não-.