Há divergências sobre pontos em comum entre a cultura de segurança válida para a aviação e a válida para a atuação em Medicina. Aqueles que desenvolvem um exame acurado sobre o tema indicam que há maior entendimento de superposições em especialidades com mais frequência de mudança rápida de quadro clínico, vai-e-vem de diagnóstico e tratamento, procedimento invasivo e aplicação de alta tecnologia, quando situações – a original ou a determinada na execução do ato médico como intercorrências- com mais dificuldades resolutivas têm o seu prognóstico altamente dependente da excelência na integração humana e de infra-estrutura.
Assim, a migração de idéias da aviação para a beira do leito tem sido mais aplicável perante níveis de risco de adversidades e de insucessos mais abrangentes e intensos, quando se teme mais a vulnerabilidade humana e seu decorrente erro profissional, como ocorre em atendimentos de urgência (Pronto Socorro e Unidade de Terapia Intensiva), cirurgia, anestesia, neonatologia e intervenção endovascular.
De modo reducionista pode-se afirmar que a única “evolução” admissível pelo trabalho do piloto é a chegada segura, enquanto que o médico lida com uma variedade de tipos de evolução aceitáveis. O piloto é líder de um time relativamente reduzido e o médico interage com um time que pode ser amplo e com mais liberdade de opinião. As “máquinas” operacionais do avião são iguais em seus vários modelos, já as “máquinas” operacionais dos vários hospitais não compartilham tal característica.