Antigamente, o médico anotava cuidadosamente os dados clínicos do paciente e aguardava a realização da necropsia para entender a doença. A pele ocultava os órgãos do doente e era preciso valer-se de sinais captados pelos órgãos dos sentidos para supor a patologia. Hoje, a pele não é mais empecilho, com um ponto de partida há mais de 100 anos quando o físico alemão Wilhelm Conrad Röntgen (1845-1923), o Pai da Radiologia de Diagnóstico, Prêmio Nobel da Física em 1901, descobriu a radiação X. A imagem através da pele trouxe um complemento importante, mas, evidentemente, não dispensou a “clínica soberana”.
Atualmente, tomografia computadorizada e ressonância magnética dominam a tecnologia da imagem em Medicina com excelente relação benefício/segurança. Alertas fazem-se necessários para situar as decorrentes imagens na categoria de informações preciosas, porém exigentes de compartilhamento com demais observações captadas por outros métodos diagnósticos.
A história da Medicina revela que sempre houve maior preocupação com danos biológicos da terapêutica do que do diagnóstico. Em relação à pesquisa e ao desenvolvimento da Alta Tecnologia para fins diagnósticos, a superposição de objetivos e fatos parece colocar a ética num segundo plano, uma menor integração.