Almoço com colegas, habitualmente. Quase sempre uma mesa com os mesmos. Um deles costuma chegar correndo, comer apressado e sair assim que o prato esvazia-se. Preciso voltar ao Ambulatório, justifica-se, ainda tenho tantos pacientes para atender. Já pensei porque é que ele não termina de atender e vem almoçar com mais tempo. Dei-me conta que ele tem muitas outras atividades de obrigação ou de interesse, nutrir-se ao final da manhã, início da tarde, é tão-somente uma atenção ao estômago, não sei se para saciar ou para prevenir a fome.
Há muitos colegas iguais. É provável que digam a seus pacientes para mudarem hábitos de vida, incluindo os iguais ao seu modo de almoçar. Numa visão reducionista, vida de médico. Inclui recomendar o ideal que ele próprio descumpre.
Observo ainda, no quesito disciplina, que médicos entram no Restaurante vestidos com seus aventais, apesar de um aviso à porta sobre proibição. Eles concordam com a fundamentação microbiológica, simplesmente, comportam-se desligados da mesma. Quando houve a implementação das normas, providenciou-se um cabide coletivo. Ele teve vida curta. Entra-se por uma porta, sai-se por outra, esquecia-se do avental.
Aparentemente, em cada momento, não se manifestam consequências de comer apressado e portando bactérias hospitalares. Pelo menos elas não são visíveis. Não se ouve “você já percebeu a gastrite que está se formando” ou “isto aqui na cadeira não é uma colônia de estafilococo resistente”?
Fica a pergunta: Qual medida poderia contribuir para que o conhecimento adquirido sobre causas de doença e cujo aproveitamento dispensa desmotivadores sacrifícios pessoais ou pouco acessíveis tecnologias avançadas tenha acolhimento na vida pessoal daqueles que o formulam em pesquisas, ensinam futuros colegas e valorizam na orientação ao leigo?
A medida mais eficiente é
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Uma resposta
Ação educativa mas com muita divulgação