Rosemeire Fereira da Silva
Para os dilemas não há respostas prontas bem como condutas preestabelecidas ou valores absolutos, fazendo com que as decisões sejam tomadas mediante a análise de cada situação.
Uma reflexão ética indaga criticamente sobre a consistência e coerência dos valores que norteiam as ações e busca sua fundamentação, para que elas tenham significado autêntico nas relações sociais. A tarefa da ética é a procura e o estabelecimento das razões que justificam “o que deve ser feito” e não “ o que pode ser feito”. A ética pode ser considerada como uma questão de indagação não de normatização do que é certo e do que é errado.
Existem diversos fatores que influenciam a tomada de decisão organizacional: individuais, profissionais, organizacionais, ambientais, sociais, políticos, econômicos, éticos e legais.
Os principais fatores que interferem nas tomadas de decisões éticas a identificação da gravidade da questão ética, os aspectos individuais, a cultura organizacional, os terceiros significativos, que são fatores inter-relacionados nas avaliações éticas.
A gravidade da questão ética, diz respeito a importância de que ela se reveste para quem vai tomar a decisão. Assume caráter pessoal e temporal, no sentido de serrem levados em conta valores, crenças, necessidades, características especiais da situação e pressões pessoais ante as situações que se apresentam, influenciando a dimensão da sensibilidade.
Os fatores individuais comportam, dentre eles, a idade, o sexo, as metas, os interesses, as necessidades e o conjunto de valores e crenças e convicções pessoais.
A cultura organizacional pode ser concebida com um conjunto de valores, convicções, objetivos, normas, rituais e maneiras de resolver problemas compartilhados por seus membros. Como a cultura reflete os objetivos e valores da instituição, ela tem um papel fundamental, pois, quanto mais valorizada a dimensão ética na cultura da organização, mais provável a valorização dessa dimensão por seus membros.
Outro elemento bastante imbricado com a cultura organizacional é o poder. Exercer o poder é uma das maneiras de influenciar as decisões, incluindo as de cunho ético. Embora o poder em si não seja ético nem antiético seu uso pode criar conflitos dessa natureza.
Os terceiros significativos são aqueles que exercem influência sobre o individuo ou grau de trabalho, tais como colegas, outros profissionais, superiores, subordinados, dentre outros, e que produzem forte impacto nas decisões dos trabalhadores no dia a dia. Elementos de posições hierárquicas mais elevadas podem produzir um efeito negativo na conduta ética dos subordinados quando dão maus exemplos ou deixam de fazer supervisão.
A oportunidade diz respeito às circunstâncias que podem impedir ou incentivar a conduta ética, relaciona-se com o contexto imediato do trabalho do individuo: onde trabalha, com quem trabalha e a natureza do trabalho.
Concluindo a tomada de decisão de natureza ética não depende estritamente dos valores e crenças dos individuais, mas também das organizações, que através das suas culturas, constituem influências importantes sobre o comportamento de seus membros.
O comportamento ético dos profissionais concretiza-se na medida em que estes contam com a sustentação dada pela cultura da organização e a consonância no desenvolvimento do trabalho técnico.