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1764- Decido, logo existo (Parte 1)

A manifestação da doença é uma realidade, gera hipóteses diagnósticas e potencialidades terapêuticas e preventivas. Uma verdade absoluta de sintomas e sinais que provoca possibilidades de verdades de interpretação e de influência. Faz o médico conviver com as tensões do dever, enquanto vontade fundamental de possuir obrigações, devoção à medicina e tarefas a cumprir no ecossistema da beira do leito. Desejoso de fazer o melhor, com motivações que admitem também sensibilidade e curiosidade, o médico se vê às voltas com desafios, dilemas e conflitos.  O alerta é clássico: Duvide da facilidade de presteza atuação!

Decisões sobre porquês e para o quê precisam ser tomadas em atmosferas de certezas e incertezas. Evidências desde o paciente e da tecnociência são bem-vindos pressupostos para atapetar o caminho das determinações/deliberações que, no âmbito clínico, podem ser resumidas como encaminhamentos de indicações, não indicações e contraindicações.

A Bioética da Beira do leito destaca que a pluralidade de combinações deste trio que seleciona métodos, caso a caso, ilustra como a ética médica convive com realidades  em que o ético para um paciente pode não ser para outro.

Enquanto que indicações e não indicações posicionam-se em lados radicalmente opostos num determinado caso, a ética da contraindicação a dispõe num compartimento da indicação, pois, eventualmente, pode vir a perder o prefixo ressalva devido a providências de ajustes, assim ilustrando como certezas e incertezas colocam seus pesos qual numa dinâmica de gangorra no ecossistema da beira do leito.

De maneira reducionista, tomadas de decisão no ecossistema da beira do leito são movimentos de juízos e seleções sob estilos variados que são energizados por interações entre objetivos, desejos, preferências e valores. Tudo junto e misturado em ambientes decisórios que não admitem, na maioria das vezes, serem classificados como claros, livres, fáceis e simples, como seria preferível ao gosto dos interessados.

A exceção a este quarteto é a regra. Nenhum médico pode ser impermeável a tal peculiaridade, daí a imperiosidade da inclinação para atitudes de abertura tolerância e flexibilidade no entorno do compromisso com o rigor tecnocientífico. Confiar e ao mesmo tempo duvidar não são antagônicos no ecossistema da beira do leito de tantas intercorrências, é sabedoria construída por séculos que foi abraçada pela Bioética e inspira a medicina baseada em evidência.

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